Força-tarefa tenta identificar tipo e origens de conjuntivite que causou surto em Caldas Novas
Resultados preliminares serão divulgados em duas semanas. Há indícios de que se trate da versão bacteriana da doença. Até o momento, 200 pessoas foram diagnosticadas
Uma força-tarefa, formada por 15 agentes do Ministério da Saúde (MS), Secretaria Estadual de Saúde (SMS) e Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Caldas Novas, monitora e estuda um surto de conjuntivite enfrentado por habitantes e turistas da cidade desde o primeiro dia do ano. De acordo com informações da Coordenação de Vigilância Epidemiológica do município, o grupo tem o objetivo de identificar o tipo da doença, viral ou bacteriana, o local onde ocorreu a maior parte das contaminações e de onde vieram as pessoas que adquiriram a patologia. Resultados preliminares serão divulgados em duas semanas, mas, até o momento, há indícios de que se trate do tipo bacteriano da doença. Desde o início, cerca de 200 pessoas, grande parte turistas, foram afetados.
De acordo com o coordenador de Vigilância Epidemiológica da cidade José Custódio Pereira Neto, que também representa a força-tarefa, o número de casos teve aumento médio de 40% em relação ao verão do ano passado. Até a gora, a média é de 8,6 casos registrados por dia. “Estamos realizando estudos científicos para apurar a situação da cidade. Fazemos pesquisas, colhemos material para determinar qual é a região de predominância, além de apurar de onde vieram as pessoas afetadas. Em duas semanas devemos ter resultados preliminares que indicarão nossos próximos passos”.
Pereira Neto afirma que conjuntivite é uma doença comum dessa época do ano e é transmitida principalmente pelo contato físico. Uma vez que o turismo em Caldas Novas se concentra em torno de piscinas e corpos d’água, a transmissão pode ter sido facilitada pelo comportamento natural do turista.
“Recebemos cerca de 300 mil turistas na alta temporada. A transmissão certamente é facilitada. Entretanto, o número de ocorrências apresentou um crescimento atípico e nós convidamos colegas do estado e do ministério para juntos compreendermos o que nos conduziu a esse status com intuito de desenvolver políticas públicas para prevenir novas ocorrências aqui e em outras cidades”.
As pesquisas apontam que o ritmo de contaminação está em fase decrescente, o que segundo Pereira Neto, é um reflexo do término das férias escolares. “A tendência é de que a curva continue caminhando nesse sentido, uma vez que as atividades da cidade vão sendo normalizadas. A estimativa é de que o surto termine com média de 250 pessoas afetadas, como a cidade é turística, possuímos programa de orientação do trade turístico, para que usem luvas, álcool gel e evitem contato das mãos com os olhos. Por isso a maioria dos diagnosticados com a doença são turistas e não habitantes da cidade. Estamos intensificando esse trabalho para obter uma redução significativa dos casos”.
Caldas novas possui 14 postos de saúde, dois hospitais públicos e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), além de um hospital particular. “Estamos com equipes de pesquisa em todas essas unidades, que já foram orientadas sobre os procedimentos adequados. A população e turistas podem procurar atendimento normalmente “. Segundo Pereira Neto, o fluxo de atendimento está normal para a temporada.
Em nota, o Ministério da Saúde reforça que enviou uma equipe técnica para auxiliar o Estado de Goiás e o município de Caldas Novas na investigação dos casos registrados na região. “A equipe está ajudando na coleta de material biológico dos paciente, levantamento de casos em familiares e amigos dessas pessoas, entre outras medidas. Vale esclarecer que a doença não é de notificação compulsória (obrigatória)”.