Fraudes na Seduc deixaram obras 30% mais caras, afirma polícia
Na terceira etapa de uma operação que apura fraudes em obras da Secretaria Estadual de…
Na terceira etapa de uma operação que apura fraudes em obras da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Civil nesta quarta-feira (10) em residências de empresários da construção civil e de ex-servidores. Os indícios indicam que as fraudes que teriam sido cometidas entre 2011 e 2018 deixaram as obras pelo menos 30% mais caras.
Assim como nas duas primeiras etapas da operação, a Polícia Civil não divulgou nomes dos alvos da ação de hoje, mas disse que pelo menos 40 empresários e três servidores da Seduc que já foram afastados das funções são investigados. Segundo o delegado Alécio Moreira, titular interino da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), as fraudes aconteciam entre servidores e empresários e entre os próprios executores das obras.
“Há casos em que empresários pagavam propina aos servidores para que a licitação fosse viciada, mas há outros em que eles combinavam os preços entre si, e escolhiam quem apresentaria um valor supostamente mais baixo para vencer a concorrência. Neste último caso, o empresário que ganhava a licitação tinha que dividir o lucro excedente com os demais concorrentes, o que fazia com que uma obra que sem a fraude custaria R$ 110 mil, fosse executada por R$ 150 mil. Vale lembrar que isso foi detectado em uma única obra, e nós estamos investigando algo em torno de 1.000 serviços realizados a partir de 2011, o que não nos dá sequer margem para calcularmos o prejuízo que esse golpe provocou ao estado nos últimos oito anos”, destacou.
O delegado disse, ainda, que a partir de agora a investigação deve identificar quantas das mil obras realizadas foram fraudadas. E também se há outros empresários e servidores envolvidos no esquema. O delegado Aécio afirma que, por enquanto, não há a necessidade de que a Polícia Civil peça ao judiciário a prisão de nenhum investigado, pois todos estão colaborando com as apurações.
*Por Áulus Rincon