Funcionárias do Hutrin negam que teve troca de crianças; resultado de DNA ainda é aguardado
As quatro funcionárias do Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin) negaram que trocaram as duas…
As quatro funcionárias do Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin) negaram que trocaram as duas crianças dentro da unidade, no último dia 9 de maio. Segundo a Polícia Civil (PC), elas prestaram depoimento na tarde desta quarta-feira (31) à delegada Renata Vieira. Aguardado, o resultado do exame de DNA também não ficou pronto.
De acordo com a delegada, as enfermeiras alegaram que desacreditam na possibilidade de troca dentro da unidade. Além disso, negaram que houve um equívoco no nome das mulheres dentro da sala de cirurgia e que não foram acionadas por uma das avós. A alegação seria de que teria caído ao chão uma pulseirinha com o nome errado de um dos recém-nascidos. “Elas contaram que as crianças foram identificadas corretamento e que não iriam ignorar uma informação com a troca da pulseira”, destaca a delegada.
Segundo Renata, as mães e as crianças tiveram partos em diferentes centros cirúrgicos e feitos por médicos distintos. No mesmo dia, nasceram 16 crianças no hospital. Algumas puérperas têm sido convocadas para prestar depoimentos. Duas foram ouvidas nesta quarta-feria (31) pela delegada.
Outra hipótese seria de que as roupinhas das crianças também teriam sido trocadas. Mas a delegada explica que Aline de Fátima Bueno Alves, mãe de um dos bebês, não olhou na pulseira pois a criança usava a roupa que ela mesma levou para o hospital. “Ela nos contou que a roupa era a mesma que o sobrinho dela tinha usado quando nasceu e, por isso, não olhou a pulseira de identificação”, ressalta Renata. Além disso, a mãe também passou mal no momento do parto.
Estatuto
A delegada explica que trabalha em base do artigo 229 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que destaca sobre a identificação correta do neonato com a parturiente. A pena prevista no descumprimento dessa regra é de seis a dois anos de prisão.
E diz que também solicitou as gravações do circuito de segurança da unidade. Mas a alegação do Hutrin é de que as imagens ficam disponíveis apenas durante dez dias. Depois disso, são apagadas automaticamente. “Não acreditamos que alguém tenha agido de má-fé para realizar a troca dessas crianças, mas temos que encontrar quem fez essa troca equivocada”, pontua.
Renata destaca que, se caso o exame de DNA comprove as respectivas paternidades, a troca das crianças pode acontecer imediatamente. “Estamos combinando com os advogados, com a psicóloga, Conselho Tutelar e até com o juizado. Este pelo fato de uma das crianças já estar registrada. Mas ela me afirmou que poderíamos realizar e combinar por meio de um termo formal”, destaca.
Relembre o caso
Dois bebês que nasceram no dia 9 de julho deste ano, no Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), estavam vivendo com as famílias trocadas. As duas mulheres que deram à luz, Pauliana Maciel Aguiar de Sousa e Aline de Fátima Bueno Alves, passaram mal após o parto e por isso não viram os filhos.
Depois do banho, o recém-nascido de Pauliana foi colocado ao lado da cama de Aline, e vice-versa. Até o momento, a suspeita é que as acompanhantes das duas viram os nomes das mães trocados na pulseira de identificação. Elas teriam pensado que os bebês haviam sido entregues corretamente mas apenas as pulseiras estivessem erradas. Por isso, trocaram apenas a identificação dos pequenos. Quando, na verdade, a troca era de bebês e não de pulseiras.
Cerca de 20 dias depois, após um dos pais perceber que o bebê não tinha semelhança com a família, ele e a mulher fizeram um teste de DNA, que comprovou a suspeita. O casal denunciou o caso à Polícia Civil (PC). Ao mesmo tempo, outro casal também desconfiou da troca. Os quatro já foram ao Hutrin para fazer um novo teste e decidiram morar na mesma casa até sair o resultado do exame.