Funcionários da Fnac de Goiânia denunciam que foram demitidos sem receber direitos trabalhistas
A filial da capital foi fechada na última segunda-feira e os funcionários não receberam aviso prévio e as verbas rescisórias
A última livraria Fnac no Brasil que ficava em Goiânia, no Shopping Flamboyant, fechou suas portas nesta segunda-feira (15), e será substituída por uma filial da Livraria Cultura no primeiro semestre de 2019. Porém, os ex-funcionários da Fnac denunciam que foram demitidos sem ter recebido o aviso prévio nem as verbas rescisórias.
A.P. trabalhou na Fnac por mais de oito anos, sendo a filial de Goiânia a que permaneceu mais tempo. Ela não recebeu nenhuma quantia após ser demitida. “Eles alegam não ter dinheiro para pagar o acerto dos funcionários. O direito trabalhista de todo brasileiro é receber sua rescisão, ter sua carteira carimbada para procurar outro emprego ou receber o seguro desemprego juntamente com o FGTS após ser demitido, e não é isso que está acontecendo”.
Além disso, A.P. diz ser tratada com desconsideração pelos funcionários da Livraria Cultura. “Nos tratam como lixo, como nada, fazem um descaso total. A gente liga lá e eles não informam nada de útil, falam que não tem previsão de pagamento”, lamenta.
F.C., outro funcionário que preferiu não ser identificado por medo de retaliações, começou a trabalhar na livraria em fevereiro de 2012, sendo demitido no último dia 01/09. “Eu ligo lá, dizem que vão fazer uma reunião para só então darem uma resposta, mas nada certo e nenhuma data confirmada. Falaram que as demissões é por falta de faturamento, o que é mentira. Tem dinheiro para abrir outra livraria, mas não tem para nos pagar”.
Protesto
A livraria Cultura comprou as operações da Fnac no Brasil em junho do ano passado. O negócio envolveu 12 lojas em sete estados. Desde então, as unidades da unidades foram encerrando suas atividades.
Nesta terça-feira (16) ex-funcionários da Fnac fizeram um protesto na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, para exigir o pagamento de seus direitos trabalhistas. O protesto foi pacífico e não atrapalhou o funcionamento da loja. Os ex-funcionários da filial de Goiânia também pensam em organizar um protesto, de acordo com F.C. “Ainda não tem nada definido pois não tem outra filial aqui na cidade, mas estamos sim querendo nos mobilizar”.
Respostas
O Mais Goiás entrou em contato com o departamento de recursos humanos da Livraria Cultura, onde se limitaram a dizer que “a empresa não irá se manifestar sobre assuntos relacionados ao pagamento dos ex-funcionários”.
*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo