Funcionários da Santa Casa reclamam de atrasos nos salários e falta de condições de trabalho
Denúncia encaminhada ao Mais Goiás relata até falta insumos básicos como gazes, medicamentos e equipamentos necessários para internações de pacientes
Funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia denunciam a falta de condições de trabalho no local. Segundo os servidores, faltam insumos básicos, como gazes, e até materiais fundamentais para uma internação como ventiladores mecânicos nos leitos. Além disso, demissões em massa e salários atrasados agravam ainda mais a crise no hospital.
Em denúncia encaminhada ao Mais Goiás, funcionários relatam que faltam medicamentos simples como dipirona e até antibióticos. Por causa disso, é comum realizarem mudanças nos medicamentos até seis vezes ao longo da internação de um paciente, comprometendo o seu tratamento.
Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a situação é ainda pior. Contando com apenas 20 leitos, os funcionários denunciam que nem todos estão devidamente equipados com instrumentos básicos para dar assistência aos pacientes. Faltam monitores cardíacos e ventiladores mecânicos, que ajudam os pacientes a respirarem enquanto estão entubados.
No centro cirúrgico da unidade também faltam diversos equipamentos como bomba de infusão contínua, oxímetro, esfigmomanômetro. Por causa disso, diversas cirurgias são suspensas por não oferecer condições mínimas para o procedimentos.
Outro pronto que também prejudica o funcionamento da unidade são os atrasos de salários dos médicos. Segundo os funcionários, os médicos residentes estão recebendo, há seis meses, o valor da bolsa de estudos somente após ameaçarem começar uma greve. Já os médicos celetistas estão com dois meses atrasados e, quando recebem, somente metade do salário é pago. Os médicos contratados estão com os salários atrasados há três meses, sem receberem nenhuma quantia.
Os funcionários também relataram que, nos últimos meses, o quadro de profissionais na unidade caiu bastante e que muitos foram demitidos ou forçados a pedirem demissão.
Outro lado
Em nota, a Santa Casa informou que todos os insumos foram repostos e já estão sendo utilizados na rotina do hospital. O oxímetro e esfigmomanômetro ainda não foram entregues, mas a administração acompanha todo o trâmite para a entrega.
O hospital também reforçou, no texto, que está ciente que há necessidades de novas contratações no quadro de funcionários do hospital e que está sendo realizado um processo seletivo. Sobre as demissões forçadas, a Santa Casa disse que desconhece qualquer informação sobre tal prática e disse que repudia e está pronta para tomar as medidas cabíveis diante a ação.
Em relação aos salários dos médicos, o hospital informou que a situação está regularizada tanto no pagamento das bolsas de estudos, quanto na folha de pagamentos dos profissionais.
A Santa Casa reconheceu que a instituição passa por algumas dificuldades, principalmente financeiras, mas que a instituição já investiu e continua focada na reposição de seus estoques, na regularização de demandas reprimidas, na contratação de mais profissionais e na busca de recursos para manter a entidade de portas abertas e, consequentemente, atendendo com o maior zelo possível a população de Goiás e até de outros estados brasileiros.