SEM AJUDA DE CUSTO

Funcionários de escolas conveniadas dizem que não receberam bônus do governo

"Não importa em que escola estamos, continuamos servidores da Seduc", declara uma professora

Servidores públicos de escolas conveniadas dizem que não receberam bônus do governo

Funcionários da rede pública de educação lotados em oito escolas conveniadas em Goiás afirmam que não receberam o bônus prometido por Ronaldo Caiado (DEM), no último dia 13. A ajuda de custo seria destinada a todos os servidores “indiscriminadamente”.

Inclusive, na data, o governador anunciou que os R$ 92 milhões já estavam na conta do Estado para efetivos, comissionados e contratos temporários da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). À época, foi informado, também, que cerca de 40 mil trabalhadores seriam beneficiados.

Relato

Uma professora conveniada conversou com Mais Goiás. Ela explicou que é o governo do Estado que paga o salário deles. “O servidor trabalha em um prédio que não é do governo, como conveniado, mas é funcionário público.” Ainda de acordo com ela, não existe nenhum documento desses profissionais abrindo mão da condição de servidores. Além disso, eles seguem todas as regras do Estado. “Somos servidores.”

“Como professores da rede pública de ensino ficamos à espera da ajuda de custo anunciada pelo governo, mas logo veio a decepção. No dia 16 de dezembro, com a liberação do contracheque e, ainda na esperança do bônus anunciado, descobrimos uma grande decepção: o bônus só foi para alguns professores, outros não tiveram direito, que foi o nosso caso [dos conveniados]. Ao procurarmos a Secretaria de Educação do Estado, fomos informados que os professores que estão lotados nas escolas conveniadas não receberiam o bônus”, informou a docente.

E completou: “Quanto a nossa lotação, não importa em que escola estamos, continuamos servidores da Seduc. Uma vez que as escolas Militares também não são totalmente públicas, possuem convênio com o Estado, e todos os professores receberam, inclusive os contratos.”

Premiação

Segundo Ronaldo Caiado, na época do anúncio, o bônus era uma forma do governo valorizar os profissionais da educação que tiveram custos extras com aquisição de equipamentos e aumento do uso de dados de internet durante o Regime Especial de Aulas Não Presenciais (REANP), por causa da pandemia do novo coronavírus.

Além disso, a premiação era, também, um reconhecimento ao esforço dos educadores no resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Vale lembrar, o estado atingiu a maior nota do Ideb na avaliação do Ensino Médio, em todo o Brasil, com 4,8.

“Fizemos tudo, cumprimos todas as exigências do Estado que nos foram dadas e, inclusive, demos aulas remotas online até esta quinta (17). Seguimos todos os critérios inclusive participamos, do Ideb”, lamentou a professora. “Não assinamos nada que nos deixasse cientes que seríamos excluídos de qualquer direito”, reforça.

Seduc

O Mais Goiás entrou em contato, por e-mail, para entender o critério utilizado pela Secretaria de Educação na exclusão dos conveniados. Até o fechamento desta matéria, não obtivemos retorno. O espaço segue aberto.