Funcionários dos Correios conseguem liminar e indicativo de greve é adiado
Empresa luta pela manutenção da coparticipação do plano de saúde e se posicionam contra a privatização da empresa
Os funcionários dos Correios conseguiram uma liminar no Tribunal Superior de Trabalho (TST) que suspendeu os efeitos de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o valor da coparticipação no plano de saúde. Com isso, a possibilidade de greve, prevista para o final do mês, foi adiada.
O dirigente sindical do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e suas Concessionárias, Permissionárias, Franqueadas, Coligadas e Subsidiárias no Estado de Goiás (Sintect-GO), Ueber Barbosa, destaca que a decisão veio após reunião envolvendo todos os sindicatos do país com a federação.
Apesar do caráter temporário, Ueber afirma que a decisão já soa como um “alívio”, mas que mais reivindicações serão realizadas, principalmente nos meses de fevereiro e março. “Vamos apoiar o movimento em prol da educação e contra as privatizações. Por isso, vamos fazer um ato público”, ressalta.
Ueber explica que a decisão do STF fez com que os funcionários retirassem pais e mães como dependentes no plano de saúde e que a coparticipação do colaborador passasse de 30% para 50%. “Com isso, temos vários relatos de trabalhadores que pagavam R$ 300 e passaram a pagar até R$ 1,2 mil com a nova decisão”, ressalta.
O dirigente sindical destaca que o plano de saúde está defasado. Segundo ele, funcionários de diversas cidades do interior do Brasil já não são mais assistidos pelo plano. Diante isso e com decisão do STF, mais funcionários sairiam da assistência e levantaria a sensação de sucateamento da empresa.
Privatização
Ueber conta que o plano do governo Bolsonaro de privatizar a empresa é uma forma do sistema neoliberal que o presidente, segundo ele, quer implantar.
[olho author=””]Quando ele retira certos direitos e, com isso, enxuga a empresa para privatizá-la. Outra coisa é que falam é que o Correios não se sustenta. O Correios é um empresa que se sustenta e ainda repassa dividendos para o Governo. É uma empresa que existe a mais de 350 anos e está presente em mais de 5,7 mil municípios[/olho]
Além disso, Ueber conta que é levantada, principalmente na Câmara dos Deputados, a ideia de monopolização dos Correios. Entretanto, ele explica que isso acontece apenas no quesito de cartas e faturas. “E com o avanço da internet isso mudou muito. Outro fator que ajudou a essa migração foi a não realização de Concursos e que fez com que algumas lacunas fossem deixadas em aberto. Quando o assunto é encomenda, há muitas empresas que fazer o serviço, mas boa parte delas ainda busca o Correios pois vamos nos lugares mais remotos do país. A renda da empresa varia de 46% vem das cartas e 54% das encomendas”, afirma.