Saúde

Fundação que administra a Maternidade Dona Iris precisa de R$ 2 milhões para reabrir o ambulatório

A dívida total da Prefeitura de Goiânia com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (FundaHC) passa de R$ 24 milhões

O ambulatório da Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI) não abriu nesta segunda-feira (13), conforme informou a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (FundaHC) na última sexta-feira (10). A entidade é responsável pela gestão do HMDI, que faz parte da rede municipal de saúde.

O diretor-executivo da FundaHC, José Antônio de Morais, afirma que, após o anúncio de que o ambulatório seria fechado, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) repassou R$ 1,8 milhão para o HMDI e R$ 200 mil para a Maternidade Nascer Cidadão, administrada também pela FundaHC. Porém, diz Morais, a verba foi suficiente apenas para quitar o pagamento do mês de fevereiro dos funcionários, que estava atrasado.

De acordo com o diretor, em ofício enviado à SMS na última semana, a FundaHC pediu R$ 4 milhões para conseguir reabrir o ambulatório do HMDI. Com o repasse da última sexta-feira, ainda faltam R$ 2 milhões, que seriam usados principalmente para a reposição de insumos – como medicamentos, luvas e etc. No total, a dívida da Prefeitura de Goiânia com a fundação é de R$ 24 milhões em relação ao HMDI e R$ 2 milhões na Nascer Cidadão.

Suspensos

Com a mudança, serviços como consultas, exames, mamografias e ultrassom estão comprometidos. Apenas atendimentos de urgência e emergência são realizados normalmente. Os funcionários foram remanejados internamente e recepcionistas continuam trabalhando no local para orientar os pacientes, mas isto deve acontecer apenas no primeiro momento.

Segundo Morais, a situação na Nascer Cidadão não é muito diferente da registrada no HMDI. “Como na Nascer Cidadão a participação da SMS é maior, eles enviam os insumos e pagam a maior parte dos funcionários. Temos material de trabalho para pelo menos mais 30 dias. Mas no HMDI, o investimento maior é nosso, temos pelo menos 80% do quadro de funcionários. Sem receber o repasse do município, não conseguimos continuar com parte dos atendimentos”, explica Morais.

Dívida

Por nota, a SMS informou que está realizando uma revisão no contrato firmado entre a Prefeitura de Goiânia FundaHC, que foi aditivado em valores que chegam a 113% em relação ao valor inicial do convênio. “Vale lembrar que a gestão anterior não realizava desde setembro os repasses à Fundação. A atual gestão, desde janeiro, tem reforçado a readequação dos serviços ofertados, enfatizando a priorização da manutenção da assistência completa ao parto”, diz o texto.

A SMS também informou que realizou reuniões frequentes com a fundação e nos últimos meses efetuou todos os pagamentos dentro do ajuste solicitado. Entretanto, com os aditivos, os valores do convênio ficaram acima da capacidade de pagamento da secretaria, que está se esforçando para resolver o impasse. De acordo com Morais, desde o envio do ofício sobre o fechamento do ambulatório, a SMS não procurou a fundação.