Garoto que ficou em casa sozinho após prisão do pai morre afogado
Um homem, de 29 anos, alega que foi preso injustamente por policiais militares e que…
Um homem, de 29 anos, alega que foi preso injustamente por policiais militares e que o filho, de apenas 1 anos, morreu afogado após ser deixado sozinho em casa. Esse caso aconteceu em Planaltina de Goiás, na última sexta-feira (3). A Polícia Civil (PC) investiga o caso.
De acordo com o agente de monitoramento Jonas Pereira de Sousa, ele estava na porta da residência quando os policiais miliares chegaram e cercaram toda a casa. Segundo ele, os três filhos, de 1, 3 e 6 anos, estavam no quarto de casa vendo TV. Além disso, o homem conta que uma das viaturas ficou estacionada na porta de uma escola e só saiu de lá após ver a esposa dele indo ao supermercado.
“Eles chegaram e não me mostraram o mandado [de prisão]. Já vieram me batendo e me dizendo que eu estava preso, mas eu não sabia o porquê. Eles me batiam e me mandavam calar a boca e diziam que eu iria morrer. Ainda falei para eu pegar as crianças, mas fui novamente agredido”, destaca Jonas.
Segundo ele, no momento em que a abordagem aconteceu, a mulher tinha ido ao supermercado para comprar lanches para as crianças. Foi ela que encontrou o pequeno Miguel boiando na piscina. “Minha irmã me contou que ela entrou na água, retirou a criança e foi para rua pedir ajuda. Levaram meu filho para o hospital. Ele ainda estava com vida, mas não resistiu e morreu na unidade”, pontua.
Segundo ele, os policiais não disseram a motivação da prisão dele. Ele só soube que estava sendo acusado de roubo quando chegou na delegacia. Lá, a vítima do crime não o reconheceu como o acusado e ele foi liberado. “Isso foi implicância comigo. Eu mexi com droga há muito tempo, cumpri a pena e hoje não mexo mais com isso. Lembro que antes de entrar na viatura, um dos policiais disse que eu iria chorar ‘lágrimas de sangue ‘. Eu entendi isso depois que soube da morte do meu filho”, ressalta.
O casal esteve na delegacia nessa quarta-feira (8) e prestaram depoimento ao delegado Antônio Humberto Soares. O Mais Goiás entrou em contato com o mesmo, mas as nossas ligações não foram atendidas. O portal também encaminhou um e-mail para a delegacia da cidade, mas não obteve resposta.
PM nega
Por meio de nota, a Polícia Militar (PM) admitiu que realizou a prisão de Jonas pela suspeita do crime de roubo, mas nega que ele estava sozinho em casa. Segundo o texto, no momento da prisão, estavam a esposa, a irmã, o cunhado e as três crianças. A corporação lamentou a morte da criança e afirmou que o caso será investigado. Porém, a corporação não fala sobre o mandado de prisão. Veja a nota completa abaixo.
[olho author=”Assessoria de Comunicação da PM”]
Nota da PM:
A Polícia Militar do Estado de Goiás informa que ao tomar conhecimento de tal queixa, entrou em contato com o comando de Planaltina, sendo informado que de fato a Polícia Militar realizou a prisão do suspeito pelo crime descrito no artigo 157 do Código Penal (Roubo).
Lamentamos profundamente a morte da criança pelo afogamento, entretanto, diferentemente do que foi descrito pela esposa do detido, no momento da prisão do suspeito estavam presentes na residência familiares, conforme relatado no próprio Registro de Atendimento Integrado, dentre eles a esposa, a irmã e o cunhado, além de seus três filhos.
Mesmo assim, diante desta situação de tamanha comoção, nenhum fato ficará sem a devida e correta apuração, para que não paire duvidas na condução da ocorrência por parte dos policiais nela envolvidos.
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