Pipas sem Cerol

GCM encerra campanha Pipas Sem Cerol com 70 mil metros de linhas apreendidas em Goiânia

Pelo terceiro ano consecutivo, a corporação não registra nenhuma morte provocada por linha com cerol. No entanto, três pessoas ficaram feridas durante o período da campanha

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) encerrou na manhã desta quinta-feira (9) a campanha Pipas Sem Cerol.  O trabalho, que teve duração de 50 dias, resultou na apreensão de 600 latas e carretéis, totalizando 70 mil metros de linha. A quantidade é equivalente à distância entre Goiânia e Itauçu. O objetivo foi orientar pessoas sobre os riscos da brincadeira com cerol, bem como dar dicas de como acidentes podem ser evitados.

De acordo com o porta voz da GCM, Valdson Batista, os resultados da campanha são satisfatórios, já que nenhuma morte causada por linha cortante é registrada há três anos. A última foi em 2015, quando um senhor de 60 anos foi degolado por uma linha chilena.

“Esse ano, o nosso foco foi no usuário, nas pessoas que tem o hábito de brincar de soltar pipa. Além de fazer o trabalho repressivo, nós também focamos no trabalho educativo, com palestras em escolas e distribuição de cartazes. O envolvimento da população é essencial para que todos se conscientizem de que é possível  brincar sem apresentar riscos a ninguém”, explica.

Apesar de não registrar vítimas fatais, três pessoas ficaram feridas por causa das linhas. O Administrador Daniel Santana foi uma delas. Ele transitava em uma motocicleta pela BR-153 quando percebeu uma linha passando pelo capacete e em seguida cortando o seu pescoço. Ele foi socorrido pela ambulância da Triunfo Concebra, empresa que administra a rodovia, e encaminhado para a emergência, onde foi atendido e precisou de levar sete pontos no corte.

“A gente pensa que nunca vai ser com a gente até que um dia acontece. Eu fiquei muito assustado na hora, pois estava sangrando muito. Mas quando ouvi que não atingiu nenhuma artéria eu me tranquilizei. É lamentável que a brincadeira de uns seja o motivo da fatalidade de outros”, conta Daniel.

Daniel, vítima de linha com cerol (Foto: Leitor do Mais Goiás)

Crime

A produção, comercialização, armazenamento, transporte e a distribuição de cerol, linha chilena ou de qualquer outro material cortante usado para empinar pipas, ou artefatos semelhantes são atividades proibidas pela lei municipal 8.833 de 2009.

O estabelecimento que comercializa cerol pode ser alvo de advertência, com multa de R$1,5 mil, além da cassação do alvará de funcionamento. Já quem utiliza esses produtos está sujeito a multa de R$ 200 por cada material apreendido.

Queda

De acordo com dados da GCM, os números de vítimas vem caindo consideravelmente. Em 2009, quanto a campanha teve início, a corporação não registrou nenhuma vítima em Goiânia. Já no ano seguinte, 47 pessoas ficaram feridas e quatro pessoas morreram em todo o estado. Em 2011 uma pessoa morreu e, em 2012, três pessoas tiveram ferimentos classificados como graves ou gravíssimos. Entre 2013 e 2015 foram constatados três óbitos.