GEED alerta sobre consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens
Às vésperas do réveillon, período em que há alto índice de ingestão de álcool e…
Às vésperas do réveillon, período em que há alto índice de ingestão de álcool e outras drogas, o médico psiquiatra Luiz Gonzalo, integrante do Centro Estadual de Avaliação Terapêutica Álcool e Outras Drogas (Ceat-AD), órgão ligado ao Grupo Executivo de Enfrentamento às Drogas (GEED), alerta para os riscos e prejuízos desse consumo entre os jovens.
Para o especialista, a intenção é mobilizar os pais na prevenção do uso, promover o bom exemplo e supervisionar os filhos. “Estamos em festa de fim de ano e a família tem papel fundamental na orientação para uma vida mais saudável de seus familiares”, explica Gonzalo.
Sintomas
O especialista destaca alguns sintomas de compulsão entre os jovens, como o forte desejo de beber, o sair de madrugada e a compulsão por beber mais de uma cerveja. Luiz Gonzalo explica que há, ainda, os comportamentos sociais, o jovem que não bebia perto dos pais ou familiares, e que hoje, já não consegue esconder e controlar; acordar no dia seguinte irritado, nervoso e ansioso, todos sinais evidentes de abstinência do álcool ou outras drogas.
No aspecto das responsabilidades, o psiquiatra pontua: diminuir o convívio familiar, como deixar de ir à casa de familiares aos fins de semana; faltar ao emprego às segundas-feiras; passar a ser negligente, destinando dinheiro à bebida, e não a compromissos, promovendo o sofrimento da família; bater o carro mais de uma vez, dentre outros. Nesses casos, pais e familiares devem ficar atentos.
Consequências
De acordo com o especialista, um dos problemas graves e uma preocupação é o beber em binge, um modelo de beber praticado, principalmente, pelos adolescentes, que diz respeito ao beber em excesso, com risco de coma alcoólico, levando o jovem à UTI ou à morte. Além disso, outro aspecto a ser considerado é o beber muito sem se alimentar e, por isso, os adolescentes precisam da orientação, no intuito de evitar futuros prejuízos à saúde.
O médico ressalta que outro dano é a pancreatite, que causa fortes dores abdominais. A doença é diagnosticada devido ao consumo desenfreado do álcool entre jovens adultos. Ela pode levar à UTI, ao coma e à morte. Além de outras doenças, o consumo de álcool afeta os neurônios, em maior ou menor intensidade, levando o jovem a déficits neurológicos.
Recomendação
A indicação para os adolescentes é dose zero, álcool zero, em virtude das várias consequências e, ademais, 20% da população tem genética para o alcoolismo, ou seja, ao beber o jovem pode desencadear um processo irreversível. Segundo o especialista, uma parcela importante da população tem um alcoolismo latente.
Nesse contexto, quando os pais ou familiares não conseguem controlar o álcool zero entre os filhos, o caminho é ficar atento, orientar e, sobretudo, evitar cenas de incentivo, como beber em festas familiares ou, ainda, ter em casa bebidas alcoólicas. A família tem papel fundamental nesse processo social de prevenção, objetivando hábitos mais saudáveis e evitando uma dependência familiar.
Porta de entrada para outras drogas
Diante das graves resultados, o álcool pode ser porta de entrada para a maconha, a cocaína e outras drogas, uma vez que ela relaxa o senso moral. Aquele que consome sempre tem uma desculpa. Primeiro começa com uma vez por ano, depois passa para três, cinco e, por fim todo fim de semana, ou seja, quando percebe já se tornou um alcoólatra. O padrão de uso progressivo passa à tolerância, para obter o prazer que teve quando ingeriu cerveja, usou a cocaína ou a maconha pela primeira vez. Isso é um sinal de dependência do jovem e a advertência médica é trabalhar preventivamente, pois, em estágios avançados, deve-se tomar medidas mais drásticas.
Centro especializado
O médico psiquiatra propõe quatro perguntas simples, que podem nos levar a entender o problema e detectar um bebedor problemático:
1 – Você já pensou em largar a bebida? Já pensou em mudar esse hábito?
2 – Ficou aborrecido quando outras pessoas criticaram o seu hábito de beber?
3 – Se sentiu mal ou culpado ou preocupado pelo fato de beber?
4 – Bebeu pela manhã para ficar mais calmo ou se livrar de uma ressaca?
Se todas as respostas forem sim, já é possível definir a existência de sintomas graves de abstinência. Nesses casos, o familiar deve procurar o Centro Estadual de Avaliação Terapêutica Álcool e Outras Drogas (Ceat-AD) para tratar a causa, seus efeitos e estimular ações mais saudáveis.
O Ceat-AD, por meio de uma equipe multidisciplinar – entre eles psiquiatras, clínicos gerais, assistentes sociais e psicólogos –, cuida de usuários de álcool, maconha, cocaína, crack e outras drogas e atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
Teleatendimento: 0800.649.0145
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