COVID

Gestante de 8 meses perde o bebê após ser diagnosticada com Flurona em Aparecida de Goiânia

A gestante de oito meses Gabriela Sousa de Jesus, de 21 anos, perdeu a filha…

A gestante de oito meses Gabriela Sousa de Jesus, de 21 anos, perdeu a filha após ser diagnosticada com Influenza A e Flurona, combinação de Covid-19 e H3N2. A família revela que não sabe o dia exato em que a moça perdeu a criança, mas a retirada da bebê só foi feita na tarde de domingo (9), na Maternidade Marlene Teixeira, em Aparecida de Goiânia.

De acordo com os familiares, na quarta-feira (5), Gabriela foi até a maternidade por sentir falta de ar e apresentar tosses frequentes. No local, ela realizou exame que  detectou lentidão nos batimentos cardíacos da bebê. Apesar da alteração, os médicos alegaram ser uma condição normal mandaram a gestante de volta para casa.

“Os médicos falaram que o coraçãozinho estava um pouco lento, mas que isso era normal. Falaram para ela ficar em casa aguardando o resultado dos exames da Covid. Quando ela pegou os resultados, descobriu que estava com covid e que a bebê já tinha morrido”, diz Tainara Gomes, madrasta de Gabriela.

Além de flurona, gestante de 8 meses também foi diagnosticada com Influenza A

Além da covid-19, a moça testou positivo para o vírus da Influenza A e o vírus H3N2. A família teve acesso ao resultado na sexta-feira (7) e não sabe o dia exato da morte da bebê.

“Não sabemos se a bebê faleceu na quarta mesmo ou na quinta, o resultado só saiu na sexta. Na quarta ela falou que não estava sentindo a bebê  mexer, foi aí que ela foi na maternidade. Ela escutou os batimentos lentos, mas escutou. Como falaram que era normal, ela voltou para casa”, diz a madrasta.

Gestante foi diagnosticada com covid-19 e influenza (Foto: Arquivo pessoal)

Após descobrir que havia perdido a filha, Gabriela conseguiu realizar a cirurgia para retirar a bebê na noite de domingo (9). De acordo com a família, a maternidade não tinha vaga e a moça seria transferida para outro hospital.

“No sábado, ela ficou o dia todo na maternidade esperando vaga para poder tirar a bebê e conseguiu tirar ontem (domingo) à noite. Agora estamos aguardando o resultado de novo exames para saber a causa da morte da bebê. Se foi contaminado com covid ou não, só o exame para saber”, conta Tainara.

A madrasta relata que Gabriela tinha esperança de ver a filha viva. “Ela tinha esperança ainda. Antes de tirar a bebê ela disse que tinha pressentimento de que estava viva. Ela confiou até o último minuto. Depois que fizeram a cirurgia para retirar, colocaram para ela ver. Agora vamos procurar um psicólogo para fazer acompanhamento com ela. É uma situação muito delicada”, relata.

Família suspeita que houve negligência médica

A família suspeita que tenha ocorrido negligência médica pois os médicos mandaram Gabriela de volta para casa mesmo com os batimentos cardíacos da pequena Sther, como seria chamada a criança, lentos.

“Teve negligência médica. Se eles viram na quarta-feira que os batimentos da bebê estavam muito lentos, deveriam ter tirado e colocado na UTI. Ela já estava com oito meses, já dava para fazer isso, mas não, mandaram ela de volta para casa. A maternidade só disse que já foi colhido tudo para fazer um exame e saber o motivo da morte. Estamos aguardando”, relata.

Órgãos de saúde alegam não ter vagas em hospitais

A Central de Regulação de Aparecida de Goiânia disse que a primeira solicitação foi por leito de internação por Covid-19 e não para a cirurgia para retirar a bebê. Disse ainda que, apesar de não haver vagas de leitos de Covid-19, solicitou uma vaga para Gabriela no Hospital das Clínicas.

Por telefone, a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia disse que a cirurgia foi realizada no domingo e a Maternidade Marlene Teixeira presta assistência necessária à paciente. Foi solicitado a transferência da paciente para outro hospital, mas nenhuma unidade hospital tem vagas disponíveis.

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