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GO: Saúde investiga surto de H1N1 em três escolas com duas mortes

Casos começaram a surgir na última semana e já afetam dois municípios

Surto de H1N1 é investigado após atingir três escolas e causar duas mortes (Foto: reprodução/Freepik)

A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) está investigando um surto de H1N1 e casos suspeitos de Influenza em três escolas no estado. Conhecida como gripe A, a H1N1 pode ter sido a causa de duas mortes de alunos e se alastrou por três escolas particulares, duas em Goiânia e uma em Aparecida.

A investigação dos casos nas três unidades de ensino foi confirmada nesta sexta-feira (18/10) pela pasta estadual. O secretário de saúde, Rasivel dos Reis Santos Júnior, disse que considera a situação como surto da doença nos dois municípios.

O secretário também disse que a gestão inicia campanhas junto a escolas para que, ao identificarem mais de três pessoas com sintomas gripais, informem a vigilância sanitária para que os casos sejam acompanhados e as crianças e/ou professores sejam afastados.

Surto de H1N1: Duas mortes em dois dias

Ainda segundo a secretaria, os dois casos de morte envolvem uma adolescente, de 12 anos, estudante de uma escola da capital, cujo óbito ocorreu no domingo (13/10) e o de Arthur Rocha, de 5 anos, aluno de uma escola de Aparecida de Goiânia, morto na segunda-feira (14/10).

A escola onde o menino estudava em Aparecida de Goiânia, já contabiliza 25 casos positivos da doença. O surto de H1N1 começou após uma festa em comemoração ao Dia das Crianças, realizada no dia 10 de outubro.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais em 16 de outubro, a diretora da unidade escolar em que Arthur estudava, Moema Davis, fez um apelo à comunidade para que os responsáveis não mandassem os filhos com sintomas para a escola. Ela também informou que a Vigilância Sanitária já esteve na unidade de ensino e que as aulas foram suspensas para evitar novos casos.

Saúde: Mudanças de temperatura favorecem aumento de casos de gripe

Segundo secretário de saúde, Rasivel dos Reis Santos Júnior, essas doenças são previstas para este período. Goiás exibe um padrão sazonal no aumento dos casos de gripe, com picos no outono, devido às mudanças bruscas de temperatura, e novamente no final do ano, a partir de meados de setembro. Essa sazonalidade é influenciada por variações climáticas que favorecem a circulação do vírus.

“Essa sazonalidade acontece, temos que estar preparados e alertar a população que a vacina é o meio eficaz de proteção. O risco é muito grande para quem está sem a imunização, porque pode acontecer casos de evolução de uma gripe e é importante que a população se conscientize”, reforçou o secretário

Baixa cobertura vacinal em Goiânia e Aparecida são preocupantes

A Superintendência de Vigilância em Saúde de Goiás alerta a população sobre a importância da vacinação para prevenir a gripe. A vacina está disponível nos 246 municípios, entretanto, a cobertura vacinal em Goiás está abaixo do ideal, alertou o secretário estadual da Saúde.

“O Ministério da Saúde (MS) recomenda uma cobertura vacinal de 90%, mas, até o momento, o Estado registra apenas 44,91%. Em Goiânia e Aparecida de Goiânia, as coberturas são ainda mais preocupantes, com índices de 44,22% e 56,69%, respectivamente”, alertou o secretário Rasível Santos.

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, em 2024, teve início em 25 de março, com foco nos grupos prioritários recomendados pelo MS, e a partir de 30 de abril foi ampliada para toda a população acima de 6 meses de idade.

A Superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, lamentou as mortes e os casos suspeitos envolvem crianças e adolescentes. De acordo com ela, o grupo é alvo principal das campanhas de vacinação do governo, em que doses de vacina da gripe foram disponibilizadas no começo deste ano. “Mas, como a procura dos grupos prioritários foi muito pequena, nós liberamos para o restante da população. Então, nós temos cerca de 500 mil doses disponíveis”, afirmou.

“Não faltam vacinas na rede estadual e nem nas redes municipais de saúde. A gente tem doses suficientes distribuídas em toda a rede. Mas a cobertura continua baixa em crianças, gestantes, puérperas, idosos… toda a população está exposta quando não se vacina”, alerta Rasivel.

Mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)

Dados do Painel de Notificações da SES-GO mostram que, até 17 de outubro, Goiás registrou 6.044 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), com 595 óbitos. Dos casos notificados, 15% foram causados pela influenza, afetando principalmente pessoas com mais de 60 anos e crianças menores de 2 anos. A maioria dos óbitos se concentrou na faixa etária acima dos 50 anos.

Contaminados devem usar máscara e evitar contatos com outras pessoas

“Em caso de suspeita da doença, é fundamental evitar o contato com outras pessoas, utilizar máscara e higienizar as mãos frequentemente, pois o vírus é facilmente transmitido por gotículas salivares durante tosses, espirros ou conversas”, enfatiza a Superintendente de Vigilância em Saúde.

Ela ressalta que, em caso de sintomas gripais, como febre persistente, tosse e dificuldade para respirar, é importante que as pessoas procurem uma unidade de saúde imediatamente, especialmente idosos, crianças e imunodeprimidos.