FORAGIDA

Goiana condenada a 14 anos de prisão por atos de 8 de janeiro foge do país

De acordo com apuração feita pelo portal Uol, ela passou pelo Uruguai até chegar na Argentina

Rosana Maciel Gomes, 50 anos, foragida da justiça (Foto: Reprodução)

A goiana Rosana Maciel Gomes, de 50 anos, está entre as 51 pessoas condenadas ou investigadas por participarem dos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2022 que fugiram do país, após quebrarem suas tornozeleiras eletrônicas. O levantamento foi feito pelo Uol. O Mais Goiás tenta entrar em contato com a defesa da mulher que vinha trabalhando como motorista de aplicativo.

Ela foi condenada a 14 anos de prisão pelos crimes de golpe de estado e dano qualificado. A Procuradoria-Geral da República diz que ela participou ativamente dos atos de depredação do 8 de janeiro, mas Rosana nega envolvimento. Após ser presa, ela foi solta em liberdade condicional, mas desde o dia 15 de janeiro está foragida.

De acordo com o Uol, ela fugiu para o Uruguai e de lá foi para a Argentina, onde chegou no último dia 12 de abril. De lá para cá, ela teve suas contas bancárias confiscadas. O levantamento do Uol foi feito a partir de registros do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em entrevista concedida ao jornal Gazeta do Povo, Rosana contou detalhes sobre a condenação e chegou a dizer que não acreditava na legalidade da sentença. “Eles estão seguindo o trâmite para amedrontar o brasileiro. Para que o brasileiro não venha se manifestar de novo”, disse à reportagem. Ela ficou sete meses presa, antes de conseguir liberdade condicional e começar a fazer corridas por aplicativo. Ao jornal O Popular, também disse que o matrimônio de 23 anos, chegou ao fim.

Na entrevista a Gazeta do Povo, ela defende não ter participado dos atos de depredação, mas confirmou que desde o dia 6 de janeiro passava o dia em frente ao Quartel-General de Brasília, local onde bolsonaristas se aglomeraram para protestar contra o resultado das eleições de outubro de 2022 e entre outras coisas, clamar por intervenção militar.

No dia 8 de janeiro, ela e outras seis idosas estavam juntas no mesmo grupo, quando a depredação teve início, já em frente aos Três Poderes. Todas foram presas. Rosana alegou que bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas e elas não tiveram outra alternativa senão correr para dentro do Palácio do Planalto. Ao entrar no local, viu uma estrutura danificada.

Ela narrou que enquanto muitas pessoas vandalizaram o local, outras estavam passando mal e disse que permaneceu lá para ajudar as pessoas que estavam feridas. “A gente não pensou em sair, mas em ajudar as pessoas que estavam ali dentro. Logo em seguida, o Exército entrou e fez uma barreira. Foi aí que a gente resolveu ajoelhar e orar para eles intervirem”, pontuou à Gazeta do Povo.

Diante dos soldados do Exército, sentiu-se segura a ponto de entregar seus pertences, inclusive o celular com a senha. Entretanto, foi encaminhada para a prisão onde ficou por sete meses até a liberdade condicional.