FLEXIBILIZAÇÃO

Goiânia avalia 82 pedidos de reabertura de segmentos do comércio

“Academias seriam uma das últimas, de dependesse só da prefeitura”, diz Walison Moreira, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico

Goiânia avalia 82 pedidos para reabertura de segmentos na pandemia

O comitê de crise de combate ao coronavírus (Covid-19) de Goiânia se reúne todas às segundas-feiras, às 9h. Dessa vez, as principais discussões foram sobre como será feita a reabertura gradual do comércio e a questão da fiscalização. Atualmente, existem 82 pedidos para reabertura, formalizados por segmentos diferentes da economia, em tramitação na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia (Sedetec).

Walison Moreira, titular da Sedetec, afirma que, por mais que a prefeitura queira liberar segmentos do comércio, indústria e serviços, não pode fazê-lo sem nota técnica da autoridade sanitária, ou seja: da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Sobre os setores que mais pedem flexibilização neste momento de pandemia do novo coronavírus estão os shoppings, galerias, mercados municipais e academias – estas conseguiram a liberação na justiça, apesar de não haver nota técnica.

“As academias seriam uma das últimas”, afirma Walison. “Mas corre o risco de ser derrubado. Se dependesse apenas da Saúde municipal, seria um dos últimos segmentos a reabrir, pelo alto risco de contágio. O vírus passa mais comumente pelo ar. Além de ser ambiente (quase sempre) fechado, as pessoas ficam ofegantes.”

Fila

Segundo Walison, quando um segmento faz um pedido, a pasta escuta a pessoa ou entidade para tentar extrair informações socioeconômicas para o calendário de reabertura. “São basicamente três informações para reabrir: impacto econômico (empregos, arrecadação, faturamento), risco epidemiológico (impacto de contaminação) e o impacto social.”

Sobre esta última característica, ele cita os mercados municipais. De acordo com o secretário, o prefeito Iris tem muito carinho e quer muito liberar estes locais, mas só o fará de forma responsável. “Em momento algum ele questionou a SMS, que conta o apoio da UFG, epidemiologistas e outros especialistas.”

Inclusive, Walison pontua que as imobiliárias e os mercados municipais têm sido os mais avaliados para possível reabertura. Turismo e hotelaria, uma vez que trazem pessoas de outros Estados, estariam entre os últimos.

Questionado sobre cidades que realizam aberturas sem notas técnicas, o titular da Sedetec afirma que os prefeitos correm o risco de responder, inclusive, criminalmente. “A nota técnica precisa verificar se há leitos disponíveis, evolução da doença no município, testes disponíveis, além do engajamento no isolamento e cumprimento de regras”, expõe.