H1N1

Goiânia deve receber 137 mil doses da vacina contra a gripe, em primeira remessa

Inicialmente serão vacinados idosos e profissionais da saúde, postos de vacinação serão divulgados após distribuição, que deve acontecer amanhã

Goiânia deve receber ainda esta semana 137 mil doses da vacina contra a gripe na primeira remessa enviada pelo Ministério da Saúde. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa, organizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), nesta terça-feira (10). Inicialmente, serão vacinados idosos com idade igual ou superior a 60 anos e profissionais da saúde, contudo, os postos de vacinação não foram divulgados.

A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, veio a Goiânia junto a membros da SMS para estabelecer as estratégias de imunização. Conforme a superintendente de vigilância em saúde do município, Flúvia Amorim a capital registrou 35 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causadas pelo vírus H1N1, sendo dois óbitos.

Flúvia explica que o aumento de casos de SRAG é esperado anualmente, mas normalmente acontece no final de abril, ou seja, houve uma antecipação de pelo menos três semanas. Para imunizar todos os grupos de risco, Goiânia precisa receber pelo menos 370 mil doses e, de acordo com a superintendente, o Ministério se comprometeu a enviar um total de oito remessas para imunizar todos os integrantes desses grupos.

A definição dos grupos de risco a serem imunizados inicialmente foi feita levando em conta que os idosos são os que apresentam maior quantidade de casos graves da gripe. “Os profissionais de saúde entram pois precisamos dessa força de trabalho, e quanto menos trabalhadores mais dificuldade de acesso de acesso a usuários”, explica Flúvia.

Segundo a superintendente, em reunião, a representante do Ministério da Saúde alegou que o atraso no envio das vacinas aconteceu em todo o Brasil pois o laboratório que fabrica as mesmas teve dificuldade durante a produção uma vez que os vírus apresentaram resistência. A vacina utilizada pelo sistema público de saúde é a trivalente, que imuniza contra as variedades H1N1, H2N3 e Influenza B.

CRONOGRAMA

As vacinas devem chegar à Goiânia a partir de amanhã, quando a SMS vai organizar e distribuir as doses e só então divulgar os locais de imunização. Os próximos grupos de risco a serem imunizados ainda não foram definidos pela pasta que aguarda a definição dos outros municípios do Estado.

Flúvia explica que precisa de um posicionamento das outras cidades para que não haja migração para Goiânia apenas para imunização, já que todos os municípios devem receber doses. “Todos os grupos de risco receberão a vacina. A vacinação se inicia na próxima semana e se estende até o dia primeiro de junho, mas ainda vamos definir os próximos a receber a imunização”, esclarece.

Para secretária, não houve falta de insumos em unidades

Sobre as denúncias de que as unidades de saúde do município não teriam insumos básicos como máscaras e luvas, a secretária a frente da pasta, Fátima Mrué informou que todo material necessário para os profissionais está disponível, o que aconteceu foi uma demanda grande dos mesmos. Além disso, ela informou que a SMS segue as orientações da Anvisa quanto ao uso de máscaras, que determina quando e por quem as mesmas devem ser utilizadas.

Comissão Especial de Inquérito (Cei) da Saúde recebeu alegações de que no Cais de Campinas faltavam luvas, máscaras, sabonete líquido e álcool em gel. Segundo a denúncia feita por um médico da unidade, esses itens só passaram a ser fornecidos, após a morte de um pediatra no dia 1º/4; cinco dias depois, a própria SMS confirmou a porte por contágio de H1N1.

Luiz Sérgio de Aquino Moura (57), morreu no domingo (1°), na UTI do Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol).

Segundo Fátima, não é possível determinar se o médico se contaminou com a gripe por falta de insumos. “Não há elementos que possam formar onde contraiu e se ele tinha o hábito ou não de tomar as medidas necessárias. Nós acreditamos que sim, porque ele era muito competente”, esclarece.