Goiânia tem menor número de diagnósticos de Aids em 10 anos
Gerente de vigilância de doenças transmissíveis do município aponta três pontos para redução: testagem, profilaxia e medicação preventiva
Goiânia teve a menor quantidade de diagnósticos de Aids dos últimos dez anos, segundo dados de 2020. Foram 131. Em relação aos casos de infecção pelo vírus HIV, foram 446 soropositivos no ano passado, o número é o mais baixo desde 2014, que registrou valor idêntico.
Vale citar, a Aids é o estágio mais avançado da doença. Já o HIV é o vírus que pode provocar a Aids.
Em relação a taxa de mortalidade pela doença por 100 mil habitantes, 2020 registrou 74. No número é o menor da série (2011-2020). Os dados são da secretaria municipal de Saúde (SMS), por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde.
Marília Castro, gerente de vigilância de doenças e agravos transmissíveis da superintendência de Vigilância em Saúde de Goiânia, explica que a redução tem como base três pontos: primeiro, a testagem; segundo, a profilaxia em até 72h (que seria a precaução); e, por fim, a medicação preventiva.
Sobre a testagem, ela explica que, com o diagnóstico precoce do HIV, por exemplo, a imunidade pode não cair e nunca se desenvolver para a Aids. A profilaxia, ela explica, ocorre em casos de violência sexual, uso de drogas compartilhadas, sexo consentido sem proteção, além de acidente de trabalho de profissionais da saúde com materiais biológico.
Por fim, existe a medicação preventiva, ou PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV). Esta, Marília destaca ser para profissionais de sexo, parceiros quando um tem o HIV e outros. Estes devem buscar profissionais da saúde para encaminhamento ao Centro de Referência em Diagnóstico Terapêutico (CRDT), hoje o único a fornecer a medicação. “Mas vamos expandir, em 2022”, afirma a gerente.
Pandemia da Covid-19
Ainda em relação aos números, Marília reforça que a tendência é de queda. Porém, ela observa que pode não ser tão grande, quanto imaginado.
“Temos uma tendência de queda em relação ao HIV por causa da melhoria dos serviços. Mas em 2022 devemos ter os números mais precisos, uma vez que a pandemia pode ter gerado demanda reprimida. Isso ocorreu com todas buscas por testes.”
Ela faz questão de ressaltar que houve melhora no serviço, mas ainda é preciso avançar. Contudo, enumera as ações, em 2021:
- Capacitação de 160 profissionais das unidades de urgência e emergência no atendimento a Profilaxia Pós-Exposição (PEP);
- Apoio aos projetos de 6 ONGs que trabalham com PVHIV ou pessoas vulneráveis a infecção pelo HIV;
- Realização de 11.200 testes rápidos para HIV;
- Acompanhamento de aproximadamente 200 pessoas mensais na Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) Distribuição de 860.000 preservativos masculinos;
- Realização da campanha Outubro Verde, com realização de aproximadamente 500 testes de HIV;
- Acompanhamento de aproximadamente 2.300 pacientes/ano para tratamento da infecção pelo HIV e AIDS no Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica.
Números em Goiânia
Confira o diagnósticos de Aids, por ano, de 2011 a 2020:
- 2011 – 365
- 2012 – 345
- 2013 – 304
- 2014 – 261
- 2015 – 188
- 2016 – 163
- 2017 – 178
- 2018 – 193
- 2019 – 197
- 2020 – 131
Confira o número de diagnósticos de HIV, por ano, de 2011 a 2020:
- 2011 – 145
- 2012 – 101
- 2013 – 311
- 2014 – 446
- 2015 – 634
- 2016 – 706
- 2017 – 668
- 2018 – 642
- 2019 – 547
- 2020 – 446
Dezembro Vermelho
Destaca-se, teve início nesta quarta-feira (1º) o Dezembro Vermelho. O período é destinado à conscientização para o tratamento precoce do HIV e Aids, e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Inclusive, o mês de dezembro foi escolhido pelo Ministério da Saúde em razão do Dia Mundial de Combate à AIDS, comemorado em 1º de dezembro. A pasta instituiu a campanha por meio da Lei nº 13.504/2017.
Em Goiânia, no Paço, a prefeitura realiza testagens, palestras, distribuição de preservativos e mais.