MPF denuncia empresários da Queiroz Galvão e da Valec
O Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal (MPF) realizou a primeira denúncia…
O Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal (MPF) realizou a primeira denúncia da operação Tabela Periódica, na última segunda-feira (7). Os primeiros denunciados foram o ex-presidente da Valec, José Francisco das Neves (Juquinha) e outros dois diretores da empresa, além de seis ex-executivos da Construtora Queiroz Galvão.
A denúncia é relativa a um acordo firmado pelas duas empresas em 2006, para a realização da obra de um trecho da Ferrovia Norte-Sul, entre o Porto Seco de Anápolis e a cidade de Campo Limpo. Os denunciados estão sendo investigados pelos crimes de formação de cartel, fraudes em licitação e peculato.
O valor do dano ao patrimônio público causado pelas empresas é superior a R$ 36 milhões. De acordo com o MPF, o processo de licitação para a construção Ferrovia limitava, sem justificativa, a competição entre as empresas interessadas em realizar a obra. Desse modo, as construtoras participantes do cartel eram beneficiadas.
As construtoras que participaram do cartel foram Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, OAS, CR Almeida, SPA e Constran. O MPF pediu um valor de reparação de prejuízos fixo para as empresas envolvidas de R$36.180.391,4948.
Operações
A operação Tabela Periódica é um desdobramento da Lava Jato e foi deflagrada no dia 30 de junho. O MPF firmou acordos de colaboração premiada com executivos da Camargo Corrêa e da Andrade Gutierrez, que confessaram terem pago propina ao presidente da Valec, Juquinha das Neves. Os prejuízos resultantes das propinas e fraudes chega a R$ 208 milhões.
O esquema criminoso envolvendo a construção da Norte-Sul é investigado em mais três operações além da Tabela Periódia, Trem Pagador, O Recebedor e De Volta aos Trilhos, deflagradas nos anos de 2012, 2016 e 2017, respectivamente.
Juquinha das Neves, já foi denunciado pelo MPF por organização criminosa, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e mais outros quatro crimes. Juquinha e seu filho, Jader, foram presos no dia 2 de junho, a pedido do MPF.
Após a prisão, os dois continuaram cometendo crimes de lavagem de dinheiro, falsificação de provas para enganar o juiz responsável pelo caso e pagamento dos advogados com dinheiro de propina. Juquinha e o filho estão presos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.