Goianienses ainda têm dificuldades para encontrar gás de cozinha
Segundo revendedoras relataram ao Mais Goiás, distribuidoras estão dividindo a carga para atender os clientes; previsão de normalidade é até o dia 15 de junho, segundo o presidente da Sinergás
Após cinco dias do fim da greve dos caminhoneiros e com uma tímida normalidade nos abastecimentos em diversos setores, os goianos ainda estão com dificuldades para encontrar gás de cozinha nas revendedoras. Em Goiânia, diversos depósitos reclamam que estão sem o produto desde sábado (2), após receberem uma pequena parcela, abaixo do necessário para normalizar o abastecimento de gás nas casas dos consumidores.
Conforme aponta uma funcionária de uma distribuidora de gás do Setor Pedro Ludovico, Vanessa Ferreira, a reposição tem sido insuficiente e a empresa trabalha com um sistema de agendamento, o consumidor entra em uma fila de espera até a revenda receber uma nova remessa. “Até o momento, temos 600 clientes nessa reservas e o telefone não para de tocar”, conta.
Vanessa também destaca que o último carregamento recebido na revendedora foi de 200 botijões e que acabaram em apenas 30 minutos. As distribuidoras da capital têm dividido as cargas entre as revendas. “Como tem diversas distribuidoras também estão em falta, eles acabam deixando determinada quantia para atender todas as localidades da cidade”, destaca.
Com o preço de R$ 82 pelo o gás de 13 quilos, a Vanessa afirma que não houve aumento no preço desde a paralisação e que, para atender a demanda, seria necessário a reposição de pelo menos 1 mil botijões.
Na Vila Mutirão a situação de desabastecimento não é diferente. Segundo Roni Ramos, proprietário de uma revendedora, os 30 botijões que chegaram no sábado acabaram em cinco minutos. “Os meus clientes, ao verem o caminhão descarregando, já estacionaram e foram comprando. Pela baixa quantidade que recebi, acabaram em um piscar de olhos”, ressalta.
A justificativa dada pelas revendas é que um possível carregamento deve reabastecer ainda nesta segunda-feira (4). O empresário reclama dos prejuízos durante a paralisação. “Somente o que já calculei, já perdi R$ 7 mil em vendas. E mesmo assim, ainda tenho que pagar funcionário, imposto, aluguel e por aí vai”, desabafa. A empresa de Roni Ramos comercializa o botijão a R$ 70.
Normalidade
Para o presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro Oeste (Sinergás), Zenildo Dias, muitos caminhoneiros ficam mais de um dia esperando o envasamento dos botijões em Paulínia (SP). “Após a greve, houve uma grande procura. Também teve o feriado e o final de semana”, explica.
Em Goiás, dos 246 municípios, Zenildo expõe que 25% possui gás e que 75% continua desabastecido ou com quantidade inferior a necessária. O presidente também destaca que 80% dos moradores conta com apenas um botijão e 20% armazenam mais quantidades. “Isso também impacta no abastecimento, pois muitas pessoas acabam estocando com medo de não encontrarem o produto. Algumas cidades também sofrem mais devido as suas distâncias”, ressalta.
Outro ponto que Zenildo destaca na demora de abastecimento é o fato que a distribuidora paulista também atende a outros estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Tocantins. A previsão de normalidade é até o dia 15 de junho.