Goiano extraditado de Portugal por suspeita de tentar matar amigo vai a júri popular
Sessão de julgamento acontece nesta quarta-feira (18), a partir das 8h30, em Goiânia
Acontecerá nesta quarta-feira (18) o júri popular do goiano extraditado de Portugal, Pedro Victor da Silva Brito. Ele é acusado de tentar matar o amigo dele, Thiago Araújo Ávila, em um campo de futebol da Vila União, em 17 de fevereiro de 2020. A sessão de julgamento vai acontecer, a partir das 8h30, no Fórum Criminal Desembargador Fenelon Teodoro Reis, no Jardim Goiás, em Goiânia.
De acordo com as investigações, Thiago vivia em união estável com uma mulher desde 2016, e, do relacionamento, tiveram dois filhos. Pedro e Thiago eram amigos há cerca de 11 anos e a vítima da tentativa de homicídio tinha o hábito de frequentar a casa do acusado na companhia de seus filhos e de sua esposa.
Entretanto, no final do mês de janeiro de 2020, Thiago e a esposa terminaram o relacionamento e, após a separação, várias pessoas comentaram que Pedro havia ficado com a ex-mulher do amigo em uma festa. Thiago chegou a enviar algumas mensagens ao amigo, questionando o assunto, tendo este negado.
Na data do crime, os dois trocaram várias mensagens. Em uma delas, Thiago disse que a ex-mulher dele lhe confirmou que realmente havia namorado o amigo na festa. Diante disso, Pedro propôs encontra-lo em um campo de futebol, na Vila União, para conversarem pessoalmente.
Na hora marcada, o acusado foi ao encontro de Thiago, e, quando estava há aproximadamente dois metros de distância dele teria dito: “Você está acreditando naquela vagabunda?” Em seguida, ele sacou uma arma de fogo e desferiu vários tiros contra o então amigo.
Conforme o inquérito policial, o denunciado atirou seis vezes em Thiago, que só não morreu porque foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhado para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). De acordo com o relatório médico, a vítima teve lesões corporais no braço direito, mão esquerda e outro na região temporal direita, causando a perda da visão do olho direito. Depois de praticar o crime, Pedro fugiu para Portugal, mas foi extraditado após ser capturado pela Interpol.
O que diz a Justiça?
Ao analisar o caso, o juiz Jesseir Coelho entendeu que a materialidade delitiva do crime se encontra devidamente comprovada pelo Laudo de Exame de Lesões Corporais. O magistrado ressaltou que há indícios nos autos de que Pedro pode ter sido o autor do delito, uma vez que uma das testemunhas disse que o denunciado comprou a arma de fogo uma hora antes de cometer o crime, em um site de gambira, pela internet, por R$ 5 mil.
Quanto à legítima defesa sustentada pelo réu, o juiz considerou que a prova testemunhal produzida em juízo não permite afirmar com segurança, neste momento processual, que a vítima tenha tentado agredir injustamente o acusado ou lhe ameaçado.