Saúde

Goiás deve ter redução de leitos de UTI até novembro

Cerca de 52 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) podem ser fechadas até novembro…

Cerca de 52 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) podem ser fechadas até novembro por falta de pagamento das diárias nos hospitais privados de alta complexidade credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As informações são da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).

O número representa 50% dos leitos do Estado que estão nas cidades de Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia. De acordo com a associação, o valor original da diária de UTI previsto na tabela do SUS para leitos qualificados é de R$ 880. No entanto, os hospitais de alta complexidade estão recebendo o valor básico, que é de R$ 478,71.

Ainda segundo a Ahpaceg, de todas as áreas que necessitam de leitos para UTI, a pediatria, a cardiologia e a neurocirurgia serão as mais prejudicadas, uma vez que o sistema público, sem o auxílio dos hospitais privados de alta complexidade, não consegue manter as demandas dos pacientes.

A dívida com os hospitais chega a R$ 5 milhões, pois desde o início desse ano o complemento da diária parou de ser pago. O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, explica que o motivo desta redução está na inviabilidade econômica da manutenção do atendimento em função dos constantes atrasos nos pagamentos da complementação das diárias devidas aos hospitais credenciados.

O presidente afirmou que vai tentar, junto ao Estado, viabilizar uma maneira de que o repasse seja feito diretamente pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), sem passar pelos municípios como tem sido feito atualmente.

Resposta

Em nota divulgada, a SES afirmou que cofinancia 188 leitos de UTI em Goiânia, 42 em Aparecida de Goiânia e 20 em Anápolis. Além disso, a secretaria alega que só há atraso em Aparecida de Goiânia e somente desde o mês de março. Nesse município, é necessário reatualizar o valor a ser repassado de março a setembro.

Em Anápolis, segundo a SES, apenas os valores relativos ao Hospital Evangélico estão em débito, pois está a análise de faturas repassadas pela instituição está em andamento.

Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, também por nota, informou que tem se esforçado para quitar os débitos com os hospitais, mas que há etapas que precisam ser seguidas e uma delas é a auditoria do processo que já está em tramitação.

Ainda segundo o órgão, a Superintendência de Regulação e Políticas de Saúde da SMS está analisando muitos processos e, por causa disso, houve um atraso, mas a secretaria está fazendo de tudo para debitar a dívida nos próximos dias e para acelerar as auditorias.

 

Amanda Sales é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lôbo