Saúde

Goiás registra crescimento de 16% nos casos de contaminação por H1N1

Secretaria ainda descarta epidemia, apesar das 44 ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)

Goiás registrou um crescimento de 16% nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pelo vírus H1N1, conforme atualização de dados fornecida pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) nesta terça-feira (3). No total, o Estado teve 44 ocorrências de Influenza A e três mortes confirmadas, todas em Trindade.

A SRGA pode ser causada pelo H1N1 e por outros vírus, no entanto, segundo a gerente de Vigilância Epidemiológica da SES, Magna Maria de Carvalho, os tipos A e B (gripe comum) são mais propensos a causar epidemias e por isso monitorados de perto. “Estamos em uma situação de alerta para a epidemia. Nós podemos chegar a ter uma epidemia, mas não é o caso”, garante.

O acompanhamento de casos de contaminação pelo H1N1 é feito semanalmente e a SES segue as recomendações do Ministério da Saúde (MS) que determina a notificação de casos do vírus que cheguem a estágios graves da doença. Para Magna, as duas próximas semanas são determinantes para o reconhecimento de um caso de epidemia no estado.

Além das três mortes por H1N1, segundo a SES, uma pessoa morreu de complicações da SRAG causada pelo vírus H3N2, outra variação dentro da Influenza A. Segundo Magna, não há um número preciso de suspeitas de contaminação pelos vírus, já que todos os casos graves são investigados, mas nem todos são de Influenza.

Quanto à vacinação, Magna explica que houve um atraso por parte do MS e o início da campanha, previsto para o dia 16 de abril, foi adiado para 23 e deve seguir até 1° de junho. “O Ministério não recebeu as vacinas do fabricante. O que a secretaria pode fazer é tornar o tempo entre o recebimento das doses e a vacinação o menor possível. Mas desde o surto na Vila São Cottolengo nós solicitamos a antecipação”, explica a gerente.

A vacina tem um período de imunidade de seis meses a um ano e por isso a imunização deve ser feita anualmente. Fazem parte do grupo de risco da SES: gestantes e puérperas, trabalhadores da área da saúde, crianças de dois meses a menores de cinco anos, professores, população carcerária, doentes crônicos e idosos.

Ações

A SES criou, no dia 28 de março, o Comitê de Enfrentamento à Influenza 2018 com o intuito de monitorar de perto a doença e tomar atitudes emergenciais. Segundo Magna, o grupo esteve com membros da saúde de Goiânia e estabeleceu prioridade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para casos de SRAG.

Além dos 170 leitos já subsidiados pela SES e que vão ser colocados à disposição das pessoas infectadas pelo H1N1, 30 novas vagas de UTI vão ser preparados para atender os doentes. O local que deve tratar os casos é o Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade que, segundo Magna, deve apto a atender  as contaminações até sexta-feira (6).

A gerente de Vigilância Epidemiológica informou que a SES orienta que os funcionários de unidade de saúde reforcem os cuidados de higienização das mãos e uso de máscaras no tratamento de todos os pacientes. Ela reconhece que esses profissionais estão mais propensos a se contaminar, devido a grandes aglomerações e contato com doentes.

Contudo, a recomendação de evitar aglomerações e lavar bem as mãos sempre que possível se estende a toda a população. “Em qualquer local em que se está e há grande números de pessoas o risco de contaminação é maior. Como a transmissão das doença é pelas vias aéreas é preciso lavar bem as mãos e utilizar álcool gel, além de lenços quando for espirrar e tossir “, conclui Magna.