Goiás Resiliente: Estado vai orientar municípios para lidar com mudanças climáticas
Na primeira etapa, Semad trabalha na elaboração de mapas de risco e elaboração de projetos para áreas prioritárias
Em evento que aconteceu no Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no dia 05 de junho, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) lançou o programa Goiás Resiliente, que tem o objetivo de melhorar a resposta do governo e dos municípios aos eventos decorrentes das mudanças do clima.
“A proposta do Goiás Resiliente é a de contribuir para o fortalecimento das capacidades técnicas e operacionais das defesas civis municipais e outros agentes públicos, além de incentivar políticas de redução de riscos de desastres e medidas de adaptação no âmbito local”, explica a secretária Andréa Vulcanis.
Estudos mostram que a maioria dos desastres climáticos ocorridos na região Centro-Oeste estão relacionados a eventos hidrológicos extremos, ou seja: chuvas acima ou abaixo do normal, o que ocasiona ora inundações (graduais ou bruscas) e alagamentos, ora secas e incêndios florestais.
O programa se divide em etapas. Primeiro, vem a criação de protocolos voltados para atender emergências ambientais. Em paralelo, a elaboração de mapas de risco de uma lista de regiões prioritários, onde a possibilidade de acontecer desastres é maior.
A Semad vai trabalhar no levantamento das condições atuais de cada município, com intuito de conhecer recursos disponíveis em âmbito local e políticas desenvolvidas pelas prefeituras nessa área.
O passo seguinte será a realização de workshops e treinamentos direcionados aos agentes públicos municipais, membros da defesa civil, lideranças comunitárias e outros atores relevantes, com o objetivo de fortalecer suas habilidades e conhecimentos em gestão de riscos de desastres.
Nessa etapa, a Semad também trabalhará para fortalecer Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC) e Conselhos Municipais de Proteção e Defesa Civil (CONMPDEC), além de estimular a implementação de planos municipais de proteção e defesa civil e a adesão a plataformas de gestão de riscos climáticos e desastres, como S2iD, o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil e o AdaptaBrasil.
A comunicação tem papel central nesse processo. A Semad vai orientar e e auxiliar ampla divulgação do assunto por meio de canais de comunicação adequados, como relatórios impressos, plataformas online, mídia local e eventos públicos, a fim de envolver a imprensa e outras mídias para aumentar a conscientização sobre as questões climáticas e as ações em andamento.
O Governo de Goiás compilará as informações coletadas acerca dos riscos climáticos mapeados pelos municípios, de modo a sintetizar tendências potenciais de risco, com vistas a incentivar a elaboração de planos com base em evidências, e traçar um quadro das trajetórias urbanas em termos de resiliência.
Emergências ambientais em Goiás
Dados disponibilizados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em 2021, mostram que foram mapeados 67 municípios do Centro-Oeste em situação de perigo, perda ou dano devido à possibilidade de ocorrência de processos geológicos. Desses, 40 apresentam áreas avaliadas com risco alto ou muito alto, ocupadas por 42.367 pessoas.
No âmbito estadual, Goiás registrou, entre 1991 e 2022, 311 ocorrências de desastres, obtendo 9 óbitos, 14.2 mil desabrigados e desalojados, 8.08 milhões de afetados, com cerca de 789.45 milhões de danos totais e 1.53 bilhões de prejuízos, conforme os dados do Atlas Digital de Desastres no Brasil. Municípios como Nova Gama, Morrinhos, Aparecida de Goiânia e Cavalcante estão entre as mais vulneráveis, seguidos de Goiás, Goiânia, Luziânia, Trindade, Pirenópolis, Planaltina, Jataí e Nova Roma.