Goiás soluciona quase 300 crimes com análise de material genético em seis anos
Segundo a Polícia Técnico-Científica de Goiás, há registro de material genético de mais de sete mil detentos de Goiás
A Superintendência de Polícia Técnico-Científica de Goiás (SPTC) já auxiliou na resolução de mais de 290 crimes no estado com a ferramenta de coleta e análise de material genético, método utilizado desde 2015. De acordo com o órgão, há mais de sete mil amostras genéticas de detentos de Goiás no Banco Nacional de Perfis Genéticos. Quando se tem a amostragem, o material costuma ser decisivo para determinar a autoria de crimes como estupros e assassinatos.
Em 2021, o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) ultrapassou 100 mil perfis genéticos cadastrados. Desse total, 75 mil casos foram condenados e aproximadamente 16 mil auxiliaram para a apuração de locais de crimes cometidos. Em Goiás, o número de amostras genéticas de condenados ultrapassa os sete mil. Já o de suspeitos fica em torno de 15, uma vez que, segundo a SPTC, a coleta de material genético de pessoas não-condenadas depende de uma autorização judicial ainda pouco vista no estado.
Ao Mais Goiás, o perito criminal Olegário Augusto explica que as equipes policiais, amparadas pela DGAP, coletam o material genético dos condenados – normalmente da mucosa oral e de forma indolor – dentro das prisões. O material é encaminhado ao Laboratório de Biologia e DNA Forense (LBDF), no Instituto de Criminalística Leonardo Rodrigues, e lá é inserido no BNPG.
“Quando nós coletamos amostras biológicas, seja em locais de crime ou em vestígios ou ainda no corpo de vítimas, esse material também é coletado e também vai para o BNPG. Havendo coincidência dos marcadores genéticos, a gente confirma que é o mesmo autor”, detalha Olegário.
Análise de material genética foi fundamental para a resolução de crimes, diz superintendente
Antes do método de coleta e análise de material genético, as investigações criminais que contavam com o DNA do suspeito enfrentavam uma série de obstáculos. Segundo o superintendente adjunto da SPTC, Ricardo Matos, a ausência de agentes ou dificuldade de obtenção deles para comparação do material obtido provocava travamento nas investigações. “Havia o DNA que se sabia ser do criminoso, mas às vezes não se tinha testemunha e nem a possibilidade de verificar de quem era esse DNA. Era o que a gente chamava de casos abertos, dependia da delegacia apresentar um suspeito”, destaca.
Porém, conforme Matos, com a utilização do banco de material genético, o cenário de investigação criminal teve um impacto positivo considerável e, hoje, a Polícia Técnico-Científica de Goiás é uma das que mais logram êxito na resolução de crimes com análise de material genético, segundo ele, graças à ferramenta.
O órgão garante que a possibilidade de erro “é muito remota”, uma vez que a análise é feita também estatísticamente “com números expressamente confiáveis”.