Monkeypox

Goiás tem seis casos confirmados de varíola dos macacos

Mais dois casos foram confirmados em Goiânia

Goiás tem 250 casos confirmados de varíola dos macacos (Foto: OMS)

Dois novos casos de varíola dos macacos foram confirmados no estado de Goiás, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Com os números desta terça-feira (19), o estado chega a seis casos confirmados da doença.

As duas novas confirmações são de homens moradores de Goiânia. As outras duas pessoas que contraíram a varíola dos macacos na capital já receberam alta. Os demais casos foram detectados em Aparecida de Goiânia.

Ainda de acordo com a SES-GO, todos os casos foram confirmados em homens com idade entre 24 e 41 anos. Além das confirmações, os casos suspeitos subiram de seis para oito e outros cinco suspeitas foram descartadas.

A pasta comunicou que está acompanhando as pessoas que apresentam os sintomas da doença e que tem feito treinamentos frequentes com a equipe de saúde sobre vigilância, atendimento e diagnóstico para varíola dos macacos.

Ainda sobre o diagnóstico, o poder público ressaltou que o resultado dos testes demora cerca de 15 dias para sair, uma vez que ele é feito na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Varíola dos macacos

A infectologista Christiane Kobal explica que a varíola dos macacos é transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. Inicialmente, ela era considerada uma zoonose viral, ou seja, um vírus que é transmitido aos seres humanos a partir de animais, entre eles, roedores selvagens. Porém, os casos da doença conhecidos atualmente foram, majoritariamente, transmitidos de pessoa para pessoa.

“A partir do momento que a pessoa começou a sentir os sintomas ela já está transmitindo a doença. É fundamental explicar isso! Se o paciente estiver com aquelas vesículas, que podemos chamar de bolhas de águas, espalhadas pela pele, ele está transmitindo. Quando essas bolhas estão secas, o paciente continua transmitindo a doença. Só para de transmitir a doença quando não houver mais sinais da doença no corpo da pessoa”, afirma.

Outro fator importante, segundo a infectologista, é que assim que o paciente começar a sentir os sintomas e for diagnosticado com a doença ele deve ficar isolado, em quarententa. O tempo de isolamento vai depender da recuperação do paciente. “Pode ser que dure 14 dias ou 30 dias, depende de cada pessoa”, afirma Christiane.

É também uma doença de letalidade baixa, ou seja, não costuma matar. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.

Transmissão

A especialista explica que a varíola dos macacos é transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele.

O contato pode ser por abraço, beijo, massagens ou relações sexuais. A doença também é transmitida por secreções respiratórias e pelo contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies utilizadas pelo doente.

Depois da infecção, leva-se geralmente de 5 a 21 dias para os primeiros sintomas surgirem.

Sintomas

De acordo com Christiane, os principais sintomas da varíola dos macacos são:

Febre;

Dor de cabeça;

Dores musculares;

Dor nas costas;

Gânglios (linfonodos) inchados (íngua);

Calafrios;

Exaustão;

Surgimento de vesículas na pele;

Tratamento

A infectologista explica que, de modo geral, nos casos leves, a infecção passa por conta própria. Em casos mais graves, geralmente ocorridos em crianças ou em paciente imunosuprimidos, drogas antivirais também podem ajudar.

Porém, vale dizer que esse medicamentos e a vacina específicos contra a doença não estão no Brasil e, caso necessário, serão importados para cá.

“Acho que essa doença provavelmente não terá a dimensão de COVID -19 visto transmissão ser um pouco mais difícil. Hoje, os casos estão extremante relacionados ao contato íntimo, especialmente o sexual, e também mantendo transmissão respiratória e por contato com as lesões de pele. Mas temos vacina e antivirais fora do país se precisarmos emergencialmente”, afirma a especialista.

Com informações de O Popular