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Golpistas aproveitam Black Friday para aplicar fraudes digitais; veja como se proteger

Confira dicas para evitar prejuízos durante as compras

A Black Friday promete movimentar a economia do País. Em Goiânia, 64% dos consumidores devem realizar compras e movimentar R$ 250 milhões, segundo levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Mas, comerciantes e clientes devem ficar atentos já que nesta época os golpistas aproveitam o aumento das compras online para aplicar fraudes.

Em Goiás, apenas de janeiro a junho deste ano, o estado contabilizou 24.979 crimes praticados em plataformas digitais, segundo dados do Governo de Goiás. Ou seja, uma média de 138 casos a cada 24 horas; O número é 12,9% maior do que o levantado no mesmo período de 2023.

Aumento de compras na Black Friday é atrativo para golpistas, indica levantamento

E os números podem subir ainda mais coma a chegada das promoções de Black Friday. A data que ocorre tradicionalmente na última sexta-feira de novembro, neste ano será no 29, deve aumentar as vendas em lojas físicas e online de todos pais.

Conforme estudo da empresa Branddi realizado em outubro deste ano, apenas nas semanas antecedentes ao período da Black Friday, o país já registrava mais de mil sites fraudulentos comunicando sobre o evento. A maioria dos sites falsos se passava por nomes famosos entre o público nacional — como Amazon, McDonald’s, Mercado Livre e Nike.

Em 2024, o número de páginas fakes ativas é três vezes maior do que o monitorado no mesmo período em 2023, segundo a pesquisa.

Em Goiás, o Procon está de olho nas promoções da data. O Mais Goiás conversou com a instituição para dar dicas de cuidados que clientes devem tomar ao realizar as compras durante as promoções.

Golpe virtual bateu recorde de reclamações na Black Friday de 2023

Segundo o site Reclame Aqui, conhecido por registrar reclamações de clientes insatisfeitos e promover espaço para resolução de conflitos entre esses clientes e as empresas, o volume histórico de 12,1 mil reclamações na Black Friday de 2023 foi marcado pela retomada do interesse do consumidor na data cheia de promoções.

A página recebeu em 24 de novembro do ano passado, data que marcou a sexta-feira de promoções, 12.141 queixas sobre Black Friday registradas no site, um crescimento de 30% em relação a 2022 e o maior número de reclamações desde 2014, que bateu 12 mil reclamações. 

Além das reclamações de pessoas que foram enganadas com falsas promoções e/ou perfis falsos, muitas outras usaram um site para detectar se as páginas na internet eram de confiança. Na época, de quarta-feira até 22h de sexta-feira (24), mais de 8 mil sites foram pesquisados e analisados no Detector de Site Confiável. Destes, cerca de 4 mil eram páginas com alertas para o consumidor tomar cuidado. 

Procon Goiás orienta clientes durante as promoções

O Procon Goiás está monitoramento os preços das promoções para evitar a prática conhecida como “metade do dobro”, quando comerciantes elevam consideravelmente os preços dos produtos antes da data que marca a Black Friday e depois reduzem os valores, ludibriando a população. Uma vantagem em favor do consumidor é a Lei Estadual 19.607/2017, que obriga os fornecedores a informar o histórico dos preços dos últimos 12 meses.

De acordo com o superintendente do órgão, Marco Palmerston, para evitar as falsas promoções também é preciso se programar com antecedência e pesquisar os preços. Uma dica é fazer uma lista do que realmente se pretende comprar e estipular um orçamento. Entrar em uma loja ou em um site durante a Black Friday é um apelo ao consumo e, por isso, é preciso cuidado.

Ao Mais Goiás o superintendente explicou que os golpistas estão cada vez mais se aperfeiçoando, principalmente com o acesso a internet na palma da mão.

“As pessoas hoje em dia estão cada vez mais aptas a comprar por celular. Então, eles acabam usando essa ferramenta da internet para poder aplicar golpes. Uma das coisas mais comuns que a gente tem verificado são esses anúncios que você recebe por SMS, pelo WhatsApp e por e-mail, de preços muito baixos, oferecendo descontos que você nunca imaginaria que aquele produto pudesse ter. E aí você vai e clica naquela mensagem. E a hora que você clica na mensagem os golpistas pegam seus dados”, explica.

Para Marco Palmerston é importante não clicar nesses links de empresas desconhecida. E checar sempre nos sites das próprias lojas, principalmente em datas de maior consumo como em época de Black Friday, Natal e Dia das Mães.

O superintendente chama atenção para algo que ele não considera como golpe, mas sim uma espécie de fraude de lojistas durante a black Friday, a chamada promoção metade pelo dobro. “Aquela empresa vendendo um produto, uma televisão por dois mil reais, por exemplo, e com desconto de 50%, porém eles aumentaram o preço dessa televisão no mês passado para R$ 4.000 e estão dando 50% de desconto nela agora, então na verdade está pagando o mesmo preço que ela estava valendo anteriormente”, explica.

“Então verifique se o preço que você está pagando realmente é o preço mais barato. Existe uma lei estadual de 2017 que você consumidor pode pedir para as empresas não só a lista, mas o comparativo de cada produto no sistema de quanto estava custando o produto até 12 meses atrás. Essa lei existe e muitas pessoas não conhecem e até muitas empresas não conhecem”, afirma.

Uma coisa importante que na Black Friday para você poder comprar nas lojas físicas e principalmente ver se aquele site é confiável é pesquisar bem sobre a loja em site, redes sociais e portais de reclamações.

“Quando você vê uma promoção muito baixa, você está desconfiado, verifique”, disse o superintendente.

Dicas do Procon para não cair em golpes na Black Friday

“Entre no Reclame Aqui, veja se essa empresa não tem reclamações sobre ela ou até ligue realmente no Procon, pergunte se essa empresa não tem problemas de denúncias, de reclamações e além disso, olhe ali nos comentários daquela página que você está vendo, se não tem comentário negativo”, explica Marco Palmerston.

É permitido que estabelecimentos pratiquem preços diferentes entre lojas físicas e on-line. “Essa variação é justificada pelos custos operacionais distintos, como aluguel e salários, que impactam os preços nas lojas convencionais. No entanto, a transparência é essencial, as informações sobre preços devem ser claras e acessíveis ao consumidor”, explica o superintendente.

O Código de Defesa do Consumidor garante ao comprador o direito de devolução por arrependimento em até 7 dias para compras on-line. No caso de produtos com defeito, estabelece prazos para reclamações: 30 dias para produtos ou serviços não duráveis e 90 dias para os duráveis, contados a partir da entrega ou conclusão do serviço.

Senacom e Procon estão de olho nas fraudes

A Senacon, com apoio dos Institutos de Defesa do Consumidor (Procons) em todo o País, vai intensificar o monitoramento de sites de comércio eletrônico, redes sociais e estabelecimentos físicos para detectar irregularidades.

Conforme o secretário da Senacon, Wadih Damous “essa é uma época em que as armadilhas se multiplicam”. Ainda, segundo ele, outro foco de atenção no monitoramento da secretaria e dos Procons será a transparência nas políticas de devolução e de reembolso, uma questão que provoca muitas reclamações nesta época do ano. “O consumidor deve estar bem-informado e não hesitar em denunciar qualquer prática abusiva”, disse.

Dicas da Senacon para compras mais seguras:

1. Verifique a reputação da loja, especialmente em sites de reclamação e nos canais oficiais de consumidores.

2. Compare os preços com antecedência para avaliar se os descontos oferecidos são reais.

3. Desconfie de promoções exageradas e ofertas que parecem boas demais para ser verdade.

4. Prefira fazer compras em sites e estabelecimentos conhecidos e com boa reputação.

5. Leia atentamente as políticas de devolução e de reembolso antes de confirmar a compra.