Segurança pública

Governo anuncia chamamento de 1,6 mil agentes prisionais

Após rebelião que deixou nove mortos no Presídio Sembiaberto nesta segunda-feira, Estado anunciou medidas para reforçar a segurança nas unidades prisionais de Goiás

Chamamento imediato de 1.600 Vigilantes Penitenciários Temporários (VPTs), e agilidade na conclusão de cinco presídios que estão em construção em Goiás. Estas foram as medidas anunciadas pela Superintendência Executiva de Administração Penitenciária para evitar que presos promovam um novo motim, como o que deixou nove mortos e 14 feridos nesta segunda-feira no Presídio Semiaberto, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

Segundo o Superintendente Executivo de Administração Penitenciária, tenente coronel Newton Castilho, os vigilantes temporários que serão chamados agora já passaram por um processo de seleção em 2016. “O projeto estava travado na Justiça, mas felizmente a contratação deles foi liberada hoje pela manhã, e já está autorizada pelo Governador Marconi Perillo”, relatou.

O oficial confirmou que no momento em que ocorreu o motim no semiaberto ontem, provocado, segundo ele por 449 presos que estavam na Ala C, e que após quebrarem cadeados e furarem paredes invadiram as Alas A, B, e D, apenas cinco agentes penitenciários faziam a segurança do local, mas negou que a falta de água e comida no presídio tenha sido o estopim da confusão. “Comida nunca faltou, agora no domingo realmente tivemos um problema pontual de falta de água que foi sanado rapidamente por três caminhões enviados pela Saneago. Mas ontem, na hora em que tudo começou, o fornecimento lá dentro estava normal”, garantiu.

Durante o motim, 242 presos que estavam no regime bloqueado (que é quando o apenado permanece trancado na cela por não conseguir carta de emprego), conseguiram fugir. Mas 143 deles, segundo o superintendente, já foram recapturados pelas forças de segurança. Dos 153 líderes do motim que foram identificados, 99 foram transferidos para o Núcleo de Custódia, e 54 para o Módulo de Respeito que funciona dentro da Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG).

Os nomes dos presos que morreram durante a confusão, pontuou o ofical só serão divulgados após os corpos, que foram carbonizados, e dois deles decapitados, serem identificados, e liberados pelo Instituto de Criminalística. Em revista na penitenciária após o motim, agentes do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais, e militares do Batalhão de Choque apreenderam duas pistolas calibre Nove Milímetros, um Revólver calibre 38, e várias facas de fabricação caseira.

Além do chamamento imediato dos VPTs, Newton Castilho disse que o Governador Marconi Perillo determinou agilidade na conclusão dos presídios de Anápolis, Formosa, Novo Gama, Planaltina, e Águas Lindas, o que, segundo ele, irá amenizar bastante o problema da superlotação. Em relação ao alerta feito ontem ao EMaisGoiás pelo Presidente do Sindicato dos Agentes Prisionais, Maxuell Neves, de que uma rebelião ainda maior poderá ocorrer nos próximos dias dentro da POG, Newton Castilho garantiu que o Serviço de Inteligência da Superintendência está atento à essa possibilidade. “Pode ocorrer não só lá, como em qualquer outro presídio do Estado, e o que nós temos feito é um trabalho de monitoramento diário, no sentido de detectar qualquer movimentação anormal de grupos rivais dentro destas penitenciárias”, concluiu.

Dos 14 feridos no motim ontem, segundo o Superintendente, um está em estado grave no Hospital de Urgências de Goiânia, e outros seis permanecem internados no Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa). Danificadas parcialmente, as Alas A e B, ainda de acordo com o tenente coronel, começarão a ser reformadas ainda nesta semana.

As investigações sobre o motim ocorrido ontem no semiaberto serão conduzidas pelo 1º Distrito Policial de Aparecida de Goiânia. A Superintendência prometeu divulgas os nomes dos presos que ainda estão foragidos à imprensa nesta quarta-feira (3) pela manhã.