Saúde

Governo de Goiás inaugura centro de cuidado integral ao diabético em Goiânia

CEAD contará com atendimento multidisciplinar, ofertando serviço de psicologia, fisioterapia, neurologia, enfermagem, serviço social, médicos e nutricionistas

O Governo de Goiás inaugura, neste momento, o Centro Estadual de Atenção ao Diabetes (CEAD), unidade que será referência no atendimento multidisciplinar aos diabéticos no Estado.

Localizado no Avenida Anhanguera, número 6636, esquina com Alameda das Rosas, Setor Aeroporto, em Goiânia, o CEAD contará com atendimento multidisciplinar, ofertando serviço de psicologia, fisioterapia, neurologia, enfermagem, serviço social, médicos e nutricionistas. Esse acompanhamento integral permitirá que complicações decorrentes do diabetes não se agravem, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. A previsão é que o Centro realize cerca de dois mil atendimentos por mês.

Na construção e adaptação do CEAD, o governo do Estado investiu cerca de R$ 1,5 milhão, mais R$ 400 mil mensais de custeio. “O espaço foi criado para levar mais qualidade de vida aos usuários do SUS, ampliando o atendimento e promovendo a melhoria na assistência”, garante o governador José Eliton.

Além de trazer graves prejuízos aos diabéticos, a doença consome um valor considerável do orçamento destinado ao SUS. “O diabetes é uma doença grave que, além de prejudicar as vidas das pessoas, também tem alto custo para o SUS”, avalia o secretário de Estado da Saúde Leonardo Vilela.

O chefe do Serviço de Endocrinologia e Diabetes do HGG, Nelson Rassi, responsável pelo CEAD, afirma que o Centro será referência no atendimento a diabéticos e a seus familiares. “O paciente terá um atendimento global, com uma equipe multidisciplinar reunida dentro de um mesmo local para acolhimento do paciente, que não terá dificuldades com mobilidade ou custos, pois o serviço será exclusivamente pelo SUS”, ressaltou.

O Centro de Diabetes também funcionará como um ambiente de pesquisa, com treinamento para profissionais da Atenção Básica, que serão capacitados para atender pacientes em seus municípios. Outro ponto lembrado pelo diretor é a importância da central de atendimento a distância. “Esse atendimento, por telefone permitirá aos profissionais que atendem pacientes nos municípios goianos tirarem suas dúvidas sem burocracia, de forma rápida e com atendimento especializado”, explicou.

Cozinha experimental

Outro diferencial do CEAD será a cozinha experimental, onde os pacientes receberão orientações para o preparo de suas refeições, colaborando com o processo de reeducação alimentar deles e de seus familiares. Nelson Rassi acredita que essa cozinha dará oportunidade prática para a educação alimentar familiar “Os pacientes e suas famílias terão orientação de especialistas de forma teórica e prática, para elaborar suas refeições, o que permitirá uma melhor maneira de aprendizado, com facilidade”, pontua.

Lindalva Sobrinho, 62 anos, e diabética, faz tratamento para o pé no HGG desde 2016 e falou sobre a importância da criação do CEAD. “É tudo que a gente precisava. Faço acompanhamento com nutricionistas desde que comecei meu tratamento, e foram eles que me ajudaram com minha reeducação alimentar. Agora, com essa cozinha experimental, aprenderemos a montar nossas dietas com os profissionais”, comemora.

Humanização

Como unidade anexa ao HGG, o novo CEAD também será contemplado com ações de humanização. Dentro do Projeto Arte no HGG, na inauguração do centro, que acontece nesta quarta-feira (27), será apresentada exposição de artistas Naif, estilo de arte primitivista. Já cederam telas para a primeira mostra do CEAD, até o momento, os goianos Omar Souto, Américo Poteiro, Waldomiro de Deus, Helena Vasconcelos, Manoel Santos, Lourdes de Deus, Sandro Carvalho e Amon de Deus, obras que trarão mais vida e cor à unidade.

Diabetes em números

Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL Brasil 2016) do Ministério da Saúde divulgou novos números do diabetes e de doenças correlacionadas, fazendo um comparativo cronológico da evolução da doença no País. Em 2006, cerca de 5,5% da população brasileira adulta tinha o diagnóstico do diabetes. Esse número, que vem aumentado a cada ano, chegou aos 8,9% em 2016. A obesidade, fator importante para o aumento da doença, também teve aumento considerável no mesmo período. Em 2006, o número de pessoas consideradas obesas no País chegava a 11,8% da população. Em 2016, já eram 18,9%.

Outro fator importante a ser analisado é que esses números estão relacionados aos anos de escolaridade. Segundo a mesma pesquisa, o índice do diabetes é maior em pessoas com menos anos de escolaridade. As taxas para hipertensão arterial e obesidade, doenças que podem trazer complicações aos diabéticos, também aumentam para pessoas com menos tempo de formação escolar.

Por faixa etária, a doença é mais comum em pessoas com mais de 65 anos, atingindo mais de 27,2% da população no Brasil. A população feminina também é mais acometida pelo diabetes. Cerca de 7,6% dos goianienses têm o diagnóstico da doença.