MEDICAMENTO

Governo de Goiás se manifesta sobre uso da cloroquina contra coronavírus

Secretaria de Saúde segue recomendação de evitar uso do medicamento em casos leves

Foto: Reprodução

A secretaria de Estado de Goiás divulgou uma nota sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com coronavírus. Segundo a pasta, “o manejo farmacológico para pacientes com Covid-19 adotado pela SES-GO segue critérios baseados nas melhores evidências científicas e recomendações do Ministério da Saúde, o qual não autorizou ainda o uso da medicação para pacientes com sintomas leves”.

Ainda segundo a nota, a SES-GO tem acompanhado de forma regular como esse medicamente tem sido tratado pela literatura mundial, por meio de estudos relacionados ao assunto. Ela cita, ainda, que “não há evidência científica conclusiva sobre o benefício desse tratamento”.

Desta forma, é explicado que em pacientes graves o medicamento pode ser utilizado. Além disso, existem estudos clínicos em andamento no País e Goiás faz parte destes.

A nota foi lida, nesta terça-feira, em reportagem da CNN.

Cloroquina

No último domingo (17), o diretor científico do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Waldemar Naves do Amaral, defendeu o uso da cloroquina para pacientes com o novo coronavírus e afirmou que a questão foi transformada em elemento político – mesmo não existindo comprovação científica da eficácia do medicamento.

“Medicamento de excelência e amplamente prescrito pelos médicos”, disse ele sobre o uso em paciente com a Covid-19. Segundo ele, quem gosta do presidente Bolsonaro usa e “fala bem”, e quem não gosta, usa e fala que tem muitos efeitos colaterais, mesmo não sendo uma verdade científica. A fala foi transmitida em vídeo no perfil de Facebook do Cremego.

Em nota, o Cremego afirmou que o posicionamento oficial é o do presidente Leonardo Reis. No texto, ele afirmou que “sobre a prescrição de cloroquina e de hidroxicloroquina para pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19, o Cremego reitera a posição do Conselho Federal de Medicina (CFM), que por meio do Parecer nº 04/2020, aprovado em 16 de abril, estabelece critérios e condições para o uso do medicamento”.

No caso, ele cita que o CFM reforçou seu entendimento de que não há evidências sólidas de que essas drogas tenham efeito confirmado na prevenção e tratamento dessa doença. “Porém, diante da excepcionalidade da situação e durante o período declarado da pandemia de Covid-19, entende ser possível a prescrição desses medicamentos em situações específicas, sempre norteada pela autonomia do médico e pelo respeito à decisão do paciente.”

Confira a nota da SES-GO na íntegra

“O manejo farmacológico para pacientes com Covid-19 adotado pela SES-GO segue critérios baseados mas melhores evidências científicas e recomendações do Ministério da Saúde, o qual não autorizou ainda o uso da medicação para pacientes com sintomas leves. Independente disso, a SES-GO tem acompanhado regularmente na literatura mundial todos os estudos relacionados ao assunto e não há evidência científica conclusiva sobre o benefício desse tratamento.”