Governo diz que alunos não serão prejudicados com suspensão das aulas
Após oito dias de paralisação, o contexto de contágio será reavaliado. Com esses dados, SES e Seduc definirão se prazos serão prorrogados
O período de aulas na rede estadual de ensino está suspenso por um período de 15 dias, devido ao risco de transmissão do coronavírus. A medida é emergencial, por isso, haverá uma avaliação após oito dias para saber se haverá prorrogação dos prazos. Segundo representantes do governo, estudantes não serão prejudicados e alternativas para continuidade da apresentação dos conteúdos estão sendo avaliadas pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc).
“Desde o início estávamos monitorando isso e não podíamos não postergar [a suspensão das aulas]. Como aumentou muito o número de casos suspeitos, isso traz como evidência de que estamos próximos de termos transmissões de casos de forma comunitária e não apenas com contato direto das pessoas que vieram do exterior”, destacou o secretário de Saúde de Goiás Ismael Alexandrino.
Goiás continua com quatro casos confirmados de coronavírus. Desses, três são de Goiânia, um homem e duas mulheres. O outro caso é de uma mulher em Rio Verde. Os pacientes estão em quarentena e apresentam bom estado de saúde. Já o número de casos suspeitos subiu de 22 para 85.
A titular da pasta da Educação, Fátima Gavioli, destacou que uma questão importante até a próxima quarta-feira (18), é saber com quem os alunos vão ficar no período de suspensão das aulas. A tendência natural é de que muitos deles fiquem com os avós. No entanto, os idosos com morbidades são a população que fazem parte do grupo de risco do coronavírus.
A secretária explicou que se os pais não tiverem condições de deixar os filhos com alguém, as escolas se prepararão para fazer acompanhamentos individuais. Para isso, 40 coordenadorias do estado estão entrando em contato com os pais para saber com quem os alunos vão ficar neste período.
“Precisamos saber se estes alunos vão ficar com pessoas que estão no grupo de risco, depois disso vamos informar a secretaria de Saúde para saber que providências tomar. O vírus tem efeito numa criança quase que de uma gripe comum, mas com maior efeito em idosos”, detalhou a gestora.
Foi informado ainda que representantes da rede privada têm acompanhado as decisões que estão sendo tomadas na esfera pública. Várias instituições de ensino já se manifestaram pela suspensão das aulas.
O secretário de Saúde, Ismael Alexandrino relatou que a exceção é quanto aos graduandos em diferentes setores da saúde. Há ainda dificuldades para identificar corretamente a doença. Foi recomendado que, neste período, os alunos recebam informações relativas ao coronavírus, pois, num caso de extrema necessidade, eles serão convocados para atuar na rede de saúde.
Reposição
Fátima Gavioli explicou que de acordo com a Lei de Diretrizes Básicas, os alunos não podem ficar com menos de 200 dias letivos. “[Apesar disso], neste momento, a determinação é de que haja a suspensão das aulas. Daqui a oito dias nós saberemos se a suspensão poderá ser com reposição ou com um adiantamento das férias”, explicou a secretária.
Alimentação
Muitas crianças e adolescentes em diferentes regiões do Estado têm a merenda escolar como a única refeição do dia. Para evitar que não haja falta de alimentos, as direções das escolas estão avaliando, de acordo com a realidade local, a abertura das escolas para servir o almoço.
“Não tem como. Se aquela é a única alimentação de verdade que essa criança tem, a gestão escolar vai identificar isso. Nós não vamos poder recepcionar no refeitório, mas vamos poder colocar na marmita dele, que poderá se alimentar em casa”, argumentou.
A secretária Fátima Gavioli explicou que durante o período de suspensão das aulas, as escolas poderão, sim, permanecer abertas, mas a recomendação é para levar uma vasilha de casa, pegar o alimento e fazer a refeição na residência e não na escola para evitar aglomerações.