“Graças a Deus provamos inocência”, diz suboficial de cartório inocentado em processo de violência doméstica
O relator do caso, desembargador Fábio Cristóvão, entendeu que os relatos das testemunhas não confirmaram a versão de Natália
A vida do suboficial de cartório Carlos Henrique Mendonça de Artiaga foi revirada após denúncia de agressão doméstica, feita pela ex-namorada, em 2022, em Ceres. Ele ficou preso por 73 dias e 11 horas, diminuiu o contato com as três filhas e recebeu até ameaças de morte. No entanto, decisão colegiada da justiça goiana o absolveu no último dia 7 de novembro.
“Graça a Deus conseguimos, através de uma apelação e testemunhas, provar nossa inocência e mostrar o que realmente aconteceu”, afirma Carlos Henrique Mendonça Artiaga ao Mais Goiás.
O relator do caso, desembargador Fábio Cristóvão, entendeu que os relatos das testemunhas, inclusive oculares, não confirmaram a versão da denunciante. Segundo o magistrado, nenhuma delas confirmou os fatos da maneira como foi relatado pela ex-namorada na denúncia.
“Nessa linha de raciocínio, em atenção ao princípio in dubio pro reo, em razão da real fragilidade do acervo probatório, sendo que nenhuma condenação pode ser proferida com base em ilações ou meros indícios isolados, necessitado, pois, que a prova seja inequívoca e plenamente segura, a absolvição é medida que se impõe”, considerou o desembargador.
O suboficial de cartório mantém a voz firme e embargada ao relatar o caso. Ele diz que não agrediu a ex-namorada Natália Eustáquio no dia 19 de março de 2022 e conseguiu provar na justiça, através de relatos de testemunhas. Ele pontua que havia discussões entre o casal, sobretudo causadas por insistência da mulher em relação a dívidas que ela possuía com banco.
Naquele 19 de março, após nova discussão sobre as dívidas que ela possuía — segundo o suboficial, a mulher insistia em solicitar ajuda para a loja dela que estava com débitos —, Carlos Henrique relata que perdeu a paciência e chegou a xingá-la. Ele, então, solicitou que um amigo a levasse para casa. No entanto, ela não quis e acabou, num acesso de raiva, quebrando diversas taças de cristal, o que gerou o corte no braço.
“Depois disso ela foi embora. E, naquela mesma noite, a polícia apareceu no meu sítio. Ao chegar na delegacia recebi a voz de prisão. A mídia embarcou na narrativa e minha foto ficou estampada. Minhas filhas tiveram que se mudar e a maior parou de falar comigo. A vida em uma cidade pequena é complicada. Cheguei a receber ameaças nas redes sociais”, desabafa. “Agora estou tentando me reaproximar”, alegra-se.
O Mais Goiás busca contato da defesa de Natália. O espaço está aberto.