APÓS LIMINAR

Greve dos servidores do Hospital das Clínicas de Goiânia é suspensa

Movimento chega ao fim após o TST determinar a manutenção de 80% de profissionais na área administrativa e 100% na área médica e assistencial

Os servidores do Hospital das Clínicas de Goiânia suspenderam, na manhã desta sexta-feira (14), a greve realizada na unidade de saúde. (Foto: reprodução)

Os servidores do Hospital das Clínicas de Goiânia suspenderam, na manhã desta sexta-feira (14), a greve realizada na unidade de saúde. (Foto: reprodução) A suspensão ocorre após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinar a atuação de 80% dos profissionais administrativos e 100% na área médica e assistencial, sob pena de multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento. A mobilização foi deflagrada na quinta-feira (13) em razão de perdas salariais que chegam a 27% dos vencimentos.

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal em Goiás (Sintsep-GO), Gilberto Jorge Cordeiro Gomes, disse que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) percebeu que a mobilização estava forte não só em Goiás, mas em todo o país, e entrou com pedido liminar para frear o movimento.

“Fizemos avaliação no comando nacional de greve e decidimos que a decisão do TST inviabiliza o movimento. Isso não é greve, visto que a maioria dos profissionais que estavam mobilizados atuam na área assistencial. Não teria sentido manter a greve apenas com administrativos, já que a reivindicação é de todos”, avaliou.

Ainda segundo ele, os servidores decidiram suspender o movimento, mas vão manter o estado de greve e as mobilizações. “Como não acabou o processo de negociação, continuamos mobilizados e com nossa posição contrária à proposta da empresa. Vamos aguardar os próximos passos para chamar nova greve caso seja necessário”.

Entenda

De acordo com o sindicalista, os trabalhadores aderiram à greve por conta de um impasse no processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2020/2021. Ele explica que o acordo vem sendo prorrogado desde 2018 e que, para este ano, a empresa propôs aumento de R$ 500 desde que o cálculo da insalubridade seja vinculado ao salário mínimo e não ao salário-base.

“Na prática, eles dão com uma mão e tiram com a outra, pois o rendimento seria reduzido. Aceitar a proposta da empresa, na prática, significaria aceitar redução salarial, algo que é vedado tanto pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) quanto pela Constituição Federal. E isso nós não vamos aceitar”, disse.

Outro lado

Em nota, a Ebserh disse que foi surpreendida com o anúncio de greve e que o processo de Mediação e Conciliação Pré-Processual segue em curso no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Ainda segundo o texto, dentro do processo de mediação, foi acordado entre todas as partes envolvidas um prazo até a próxima quinta-feira (20) para que a estatal envie uma nova proposta.