Grupo protesta em frente a restaurante de Goiânia onde teria havido racismo
Um grupo de manifestantes se reuniu na tarde desta quarta-feira (4), em frente ao Boteko…
Um grupo de manifestantes se reuniu na tarde desta quarta-feira (4), em frente ao Boteko do Chaguinha, local onde Sarah Silva, de 20 anos, denunciou que foi vítima de racismo. De acordo com a organização, cerca de 50 pessoas participaram do ato, que foi acompanhado pela Polícia Militar (PM). O ato teve início às 16 horas e terminou por volta das 18h30. O estabelecimento permaneceu fechado até o fim da atividade.
Sarah esteve presente no local e, em entrevista ao Mais Goiás, afirmou que se sentiu acolhida e que tem esperança de um futuro melhor. “O racismo é muito doloroso. A gente sabe que não acontece só com a gente, mas também com nossos parentes, assim como aconteceu com os nossos ancestrais. É muito triste viver essa situação e não ser acolhida. Hoje, junto com os meus, me sinto acolhida aqui”, disse a vítima.
Sarah ressaltou também que teve dificuldades para registrar um Boletim de Ocorrência. “Tentei registrar isso desde segunda-feira (2), mas só consegui fazer hoje, com a insistência de duas advogadas. Disseram que só se fazia B.O. pelo site. É muito ridículo não ter uma delegacia especializada para esse tipo de denúncia. Muitas pessoas acabam desistindo de denunciar por falta de condições, psicológicas, físicas e emocionais”.
Relembre a denúncia de racismo
O caso aconteceu no último sábado (31). Segundo Sarah, ela, uma amiga e a irmã chegaram no estabelecimento. “Nós nos sentamos e pedimos algo para bebermos. Assim que nosso pedido chegou, um homem branco apareceu falando isso com um tom de deboche”, pontua.
Ela afirmou que o homem disse a seguinte frase: “vim ver se era gente ou se era uma raposa na sua cabeça” ao se referir sobre o cabelo da vítima.
Sarah ressalta que, após o comentário, o homem confirmou que falava do cabelo da vítima. Logo após isso, teria gargalhado da situação. “Minha única reação foi pedir para ele se afastar de mim. Fiquei muito assustada que não consegui falar nada na hora. Logo depois do ocorrido, nós saímos do local”, conta.
Ela conta que um dos garçons do local as acompanharam até a saída e pediu desculpas pelo fato. “Ele comentou que o Chaguinha ‘era difícil de lidar’. Além disso, um senhor da outra mesa comentou ‘esse Chaguinha…’ e foi assim que soube que se tratava do dono do local”, conta.