Grupo que falsificava medicamentos para emagrecer ostentava veículos de luxo
Após operação desencadeada em dezembro passado, 60 pessoas foram denunciadas; 13 estão presas.
Carros de alto luxo circulando com frequência em pequenas cidades do interior goiano levantaram a suspeita de moradores e ajudaram a Polícia Civil a descobrir um esquema de falsificação de medicamentos para emagrecer. É o que aponta o Ministério Público Estadual (MP).
“Moradores de Paranaiguara, por exemplo, que é uma cidade pequena, e que não tem uma economia forte, nos procuraram depois de acharem estranho quando pessoas desconhecidas passaram a morar lá. E sempre apareciam em carros Importados, além de estarem levando para o município material de construção que indicava a construção de mansões”, descreveu a promotora Daniela Lemos, que atua em Paranaiguara, cidade onde teve início a operação.
Outro fato que chamou a atenção dos promotores foi o poder e a ousadia dos chefes do esquema que, entre outras coisas, teriam um esquema já armado para resgatar um veículo Porsche que foi confiscado pela justiça. Nele, estavam escondidos R$ 1,3 milhão em dinheiro.
Dos 30 denunciados, 13 estão presos, sendo que um deles é vereador em Paranaiguara. Eles responderão por falsificação de medicamentos, lavagem de capitais, posse e porte ilegal de arma de fogo, e associação criminosa.
Quando a operação foi deflagrada, em dezembro passado, a Polícia Civil apreendeu mais de duas toneladas de medicamentos para emagrecer que haviam sido fabricados pelo grupo sem qualquer controle ou registo na Anvisa. Uma fábrica clandestina que foi montada pelo grupo em Cachoeira Alta acabou interditada.
Ao todo, 13 pessoas foram presas e 30 denunciadas. O grupo criminoso, segundo o MP Estadual, movimentou pelo menos R$ 7 milhões, dinheiro que já foi bloqueado pela justiça.
“Eles montaram um grande esquema, muito bem organizado, em Cachoeira Alta, Paranaiguara e Quririnopolis, onde manipulavam, sem qualquer critério, remédios para emagrecer que levavam em sua composição sibutramina e fluoxetina, que é um antidepressivo”, relatou o promotor Fabrício Lamas.