Guarda Civil de Goiânia suspende rifa de arma de fogo após polêmica

A Guarda Civil Metropolitana de Goiânia resolveu suspender a rifa de uma arma de fogo promovida pela corporação. A ação, que protagonizou polêmica na capital, tinha o objetivo de custear a reforma da base da Ronda Ostensiva Metropolitana (Romu), no Jardim Califórnia. O anúncio da suspensão ocorreu após reunião entre membros do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e da corporação.

Ao Mais Goiás, a GCM afirmou que entrará em contato com os participantes para a devolução dos valores já pagos. A corporação informou também que a reforma do prédio está sendo realizada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), com recurso do próprio município.

A arrecadação causou polêmicas entre os internautas após divulgação na página oficial da Romu no Instagram. Com a repercursão do caso, o MP abriu inquérito para investigar a origem da rifa e da arma modelo Glock G25.

O caso

Com o objetivo de arrecadar recursos para as obras da base da corporação da Romu, guardas civis divulgaram um vídeo no Instagram em que anunciaram o sorteio de uma arma de fogo. A base atual funciona em uma escola estadual desativada.

Ao Portal, os guardas afirmaram que a arma foi doada por um agente de Segurança Pública e que o ganhador precisaria apresentar toda documentação exigida por lei, além de ter mais de 25 anos de idade.

Contudo, a Portaria N° 20.749/2020 afirma que organizações da sociedade civil precisam da autorização do Ministério da Economia para realizar qualquer tipo de sorteio ou distribuição de prêmios.

Rifa da Guarda Civil de Goiânia dividiu opiniões

Em uma rede social em que o vídeo foi publicado, uma internauta comentou: “sortear uma arma letal em prol de um projeto social, ideia imprópria e infeliz”, outro disse “Poderiam fazer sorteios de livros, cursos profissionalizantes na área de segurança, mas arma não”, um terceiro questionou “Rifa de arma pode, mas rifa de carro é crime?”.

Houve também aqueles que apoiaram a ação e publicaram comentários com emojis de aplausos. “Bandidos matam pessoas de bem e não falam nada, mas fazer um sorteio de uma arma para um projeto social não pode”, comentou um homem.

“Já falaram que só vai receber a arma quem tiver o registro, não sei pra quê esse mi mi mi”, disse outro. “O povo devia parar de questionar e ir lá ajudar, ninguém questiona a inércia da prefeitura ou elogia a iniciativa dos funcionários que buscam melhorias no seu ambiente de trabalho”, afirmou outra.