Guarda Civil faz rifa de arma para custear construção de nova base em Goiânia

Guardas civis ligados à Ronda Ostensiva Metropolitana (Romu), em Goiânia, anunciaram a rifa de uma arma para levantar os recursos necessários à construção de uma nova base, no Jardim Califórnia. A arma é uma Glock G25 e o anúncio foi feito por um vídeo, nas redes sociais. O assunto gerou polêmica.

A Guarda Civil diz que a atual base da Romu funciona em uma escola estadual desativa e que uma área foi doada para que eles construíssem a nova base operacional. No entanto, o local precisa de reforma. Para arrecadar fundos, um agente de Segurança Pública doou a arma para que eles fizessem um sorteio.

Sorteio e entrega da arma

No vídeo, os guardas explicam que quem quiser participar da rifa deve procurar um dos agentes e pagar R$50 pela cota. “São 300 cotas, sendo que cada uma custa R$ 50. O ganhador poderá escolher entre levar uma Glock G25 ou R$5 mil em espécie”, diz o guarda na filmagem.

“A pessoa interessada em adquirir a rifa deve observar o disposto na Lei 10.826/2003, que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição. A Romu frisa que o item só será entregue ao ganhador que se enquadre na lei supracitada. Caso não preencha os requisitos dispostos em lei, o prêmio será entregue em dinheiro”, explica a GCM em nota.

Imagens da arma aparecem no final vídeo onde os guardas a caracterizam como a “melhor pistola do mundo”.

Vídeo dividiu opiniões

A publicação dividiu opiniões nas redes socias. Em uma rede social onde o vídeo foi publicado, uma internauta comentou “Sortear uma arma letal em prol de um projeto social, ideia imprópria e infeliz”, outro disse “Poderiam fazer sorteios de livros, cursos profissionalizantes na área de segurança, mas arma não”, um terceiro questionou “Rifa de arma pode, mas rifa de carro é crime?”.

Houve também aqueles que apoiaram a ação e publicaram comentários com emojis de aplausos. “Bandidos matam pessoas de bem e não falam nada, mas fazer um sorteio de uma arma para um projeto social não pode”, comentou um homem, “Já falaram que só vai receber a arma quem tiver o registro, não sei pra quê esse mi mi mi”, disse outro. “O povo devia parar de questionar e ir lá ajudar, ninguém questiona a inércia da prefeitura ou elogia a iniciativa dos funcionários que buscam melhorias no seu ambiente de trabalho”, afirmou outra.

Veja íntegra da nota da Guarda Civil ao Mais Goiás

– A Guarda Civil Metropolitana de Goiânia informa que, em área anexa à Ronda Ostensiva Municipal (Romu), pertencente ao município de Goiânia, funcionava uma escola estadual, agora desativada.

– A área foi cedida à Romu, por termo de doação, com o objetivo de proporcionar aos seus integrantes uma base moderna e capaz de operacionalizar as ações policiais e sociais.

– A área passa por reformas e adequações, a cargo da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), com recursos próprios do município.

– A rifa divulgada em vídeos que circulam nas redes sociais se dá em função dos trabalhos sociais voluntários do grupamento com crianças em adolescentes, em ações realizadas, por exemplo, em datas comemorativas.

– O item disponibilizado em rifa foi doado por agente de segurança pública sensibilizado com o trabalho realizado, no intuito de apoiar a causa.

– A pessoa interessada em adquirir a rifa deve observar o disposto na Lei 10.826/2003, que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição.

– A Romu frisa que o item só será entregue ao ganhador que se enquadre na lei supracitada. Caso não preencha os requisitos dispostos em lei, o prêmio será entregue em dinheiro.

Guarda Civil Metropolitana (GCM)

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