REIVINDICAÇÕES

Guardas civis de Aparecida acampam para reivindicar reajuste salarial e ameaçam paralisação

Os guardas também reivindicam plano de carreira e ajuste da carga horária da profissão no município

Guardas civis de Aparecida acampam para reivindicar reajuste salarial e ameaçam paralisação (Foto: AGCGO - Divulgação)

*com Eduardo Pinheiro

Integrantes da Guarda Civil Metropolitana (GCMs) de Aparecida estão acampados em frente à prefeitura do município desde a última segunda-feira (3) para cobrar reajuste salarial. Entre as reivindicações da categoria também estão criação de plano de carreira e ajuste da carga horária da profissão.

O presidente da Associação dos Guardas Civis do Estado de Goiás (AGC-GO), Jeferson Monteiro, afirma que há uma reunião marcada com o Secretário de Administração, Arthur Henrique de Sousa,  na próxima sexta-feira (7). “Se nossas reivindicações não forem atendidas, vamos continuar aqui e há possibilidade de paralisação da classe no município”, afirmou.

Ajuste salarial anunciado pela prefeitura não tem efeito para GCMs, diz representante

Jeferson afirma que o ajuste salarial de 9,94%, anunciado pelo prefeito no fim do último ano aos servidores do município, não tem efeito para a maior parte dos integrantes da Guarda Civil Metropolitana de Aparecida. “A maioria dos guardas recebe um salário mínimo e a atualização anunciada pelo prefeito é inferior ao ajuste estabelecido pelo Governo Federal no salário mínimo”, argumenta.

O presidente da AGC-GO diz ainda que o prefeito Gustavo Mendanha tem conhecimento das reivindicações da categoria. “Estivemos em reunião com o prefeito há cerca de quinze dias. Ele determinou a elaboração de um decreto voltando a carga horária dos guardas para 160 horas mensais e até hoje o secretariado de Administração e Finanças ainda não tomou providências”, concluiu.

Salários estão defasados, aponta sindicato

De acordo com o presidente do Sindicato dos Guardas Civis Municipais de Goiás (Sindguarda), Ronaldo Ferreira Egídio, o valor apresentado pelo prefeito é considerado defasado. Segundo ele, a prefeitura não houve progressões, o plano de carreira está defasado, além disso, as datas-base de 2020 e 2021, o que deixa o salário da categoria achatado em relação à inflação do período. Além disso, grande parte do vencimento é feito com gratificações.

“Um guarda civil vai fazer segurança pública, mesmo com o aumento anunciado pelo prefeito, com salário de base R$ 2.225. Se um guarda levar um tiro ou se acidentar, ele ganha no soldo dois salários-mínimos. O resto perdemos. Para sustentar a família precisamos fazer bicos”, salienta.

Egídio diz que o sindicato aguarda o dia 7 de janeiro para que a prefeitura dê a resposta à categoria sobre reivindicações. Se não houver acordo, promete convocação em massa para aderir à paralisação.

O que diz a prefeitura de Aparecida?

Por meio de nota, a prefeitura de Aparecida de Goiânia alega que, de acordo com a secretaria da Fazenda, os Guardas Civis Municipais receberão, assim como os demais servidores públicos municipais, o aumento salarial correspondente à data-base dos dois últimos anos já no pagamento de janeiro.

A nota afirma ainda que haverá outra atualização da data-base para categoria em maio de 2022, conforme o índice IPCA. Com relação ao quinquênio, a prefeitura afirmou que será pago normalmente este ano.

Quanto ao pagamento de hora extra, a Administração Municipal alega que a carga horária do Guarda Civil é de 180 horas mensais, que são exercidas em regime de plantão.

Em nota, a Secretaria de Administração e Recursos Humanos de Aparecida afirmou que não há, até o momento, nenhuma reunião agendada com os responsáveis pelo movimento. A Prefeitura alega ainda que o diálogo é mantido com o sindicato que representa a categoria.