Buriti Alegre

Helicóptero que caiu no Lago das Brisas fazia manobras arriscadas, diz polícia

Sobrevivente do acidente aéreo também afirmou à polícia que os ocupantes teriam ingeridos bebidas alcoólicas numa festa antes do ocorrido

Piloto de helicóptero que caiu no Lago Serra da Brisas estava embrigado e fazia voo proibido, conclui polícia

O helicóptero que caiu no Lago das Brisas, em Buriti Alegre, na noite do último sábado (24), fez manobras arriscadas antes do acidente que deixou três pessoas mortas. Isso é que deduz a Polícia Civil (PC), com base do que foi levantado até o momento pela investigação e o com o depoimento da única sobrevivente: Rhayza Fortunato Ferrreira, de 24 anos.

Ela foi ouvida no início da tarde deste domingo (24). Para o delegado Ricardo Chueire, ela destacou que ouviu um estrondo e que, logo após, foi arremessada da aeronave antes de cair na água. Todo o trajeto teria durado apenas 15 minutos. “Ela afirmou que, com a baixa luminosidade do local, ela não se lembra de muita coisa. Só que conseguiu sair nadando da região e foi socorrida por uma embarcação que passava pelo local”, pontua.

Além disso, o delegado reforça que ela confirmou que todos estavam em uma festa em um condomínio que fica nas imediações do lago. Ela também afirmou que os ocupantes teriam ingerido bebidas alcoólicas. A sobrevivente também disse que foi convidada por Miriam Fontana, de 33 anos, para o passeio na aeronave que era pilotada por Ricardo Magalhães Santos. A outra vítima foi identificada como Mickaelly Damasceno, de 24 anos.

 

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Mortes

Após serem retirados do lago, os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Itumbiara. Segundo o órgão, Ricardo morreu em decorrência de um politraumatismo seguido por afogamento. As outras vítimas morreram por pós-afogamento. Ainda de acordo com IML, os três corpos foram encaminhados para Goiânia.

Familiares das vítimas afirmam que Ricardo será velado no cemitério Jardim da Paz, em Aparecida. Miriam está sendo velada em Guapó, desde às 9h. Ela era servidora pública da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). O presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSB), publicou uma mensagem sobre lamentando o caso em uma rede social. “Estamos todos consternados com a notícia desse acidente de helicóptero terrível, que vitimou três pessoas no Lago das Brisas. Que Deus possa confortar os familiares e amigos da servidora Miriam Carolina Fontana, e de todas as outras vítimas, nesse momento difícil e inesperado”, disse.

O velório de Mickaelly também estava para às 9h, mas o horário foi mudado para às 11h, ainda sem confirmação do local. Ela era advogada e participava da Comissão de Direito Tributário da Ordem dos Advogados do Brasil. “É uma morte particularmente dolorosa para a advocacia, por precoce, e por ceifar uma jovem com muitos sonhos e seguramente uma vida de vitórias. Consternada, a Diretoria da OAB Goiás, o Conselho Seccional e colegas da CDTrib rogam que Deus possa  confortar a família e os amigos neste momento tão difícil”, afirmou a entidade, em nota.

Situação da aeronave

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que a aeronave, do prefixo PR-APN estava com as condições regulares de voo. A mesma também estava habilitada para voos noturnos. Porém, sem autorização para realizar táxi-aéreo.

O delegado destaca que Ricardo também estava regularizado para pilotar o helicóptero. Mas afirma que o local em que aeronave sobrevoava não tinha nenhum tipo de sinalização para o procedimento. “Vemos nos vídeos as manobras arriscadas que foram feitas. O local é totalmente improvisado. Não poderia ter sequer decolado naquela região para pouso e decolagem e não tem VFR [regras de voo visual, do inglês] noturno”, destaca.

Segundo ele, a aeronave está sendo retirada de dentro do lago na manhã desta segunda-feira (26). O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) realiza o serviço e providenciará laudos que serão anexados no inquérito policial. Ricardo afirma que outras pessoas serão ouvidas nos próximas dias.