NEM JESUS

Homem ameaça matar esposa e avisa: “Jesus não vai impedir”

Filha da vítima tentou intervir na situação, mas também foi ameaçada de morte pelo acusado

Efeito de lei contra revitimização será mais simbólico do que efetivo (Foto ilustrativa: Reprodução - FreePik)

Um homem está preso por agredir a esposa em Formosa na última segunda-feira (31). Segundo a Polícia Civil, o sujeito ainda ameaçou a mulher dizendo que “Jesus não iria impedir” que ele a matasse. A prisão dele aconteceu no dia seguinte do crime, terça-feira (1º).

Aos investigadores, a mulher contou que o marido começou a ameaçá-la enquanto os dois ainda estavam na Praça da Feira, na cidade. O suspeito ingeriu bebidas alcóolicas e, quando já estava embriagado, passou a humilhar a mulher na frente de outras pessoas.

“A vítima conta que o marido disse que a mataria e que “Jesus não iria impedir”. O homem ainda teria dito em alto e bom som que com a mulher dele ele faria o que quisesse e que “ninguém se mete em briga de marido e mulher”, detalhou o delegado do caso, Yasser Martins.

Homem preso por agredir esposa também ameaçou enteada

A mulher narrou aos policiais que, assim que ela e o marido chegaram em casa, ele a empurrou com força contra a parede e a agrediu com socos. A filha da vítima, fruto de outro relacionamento, tentou intervir na situação, mas também acabou sendo ameaçada pelo suspeito.

“Ele disse que caso a garota “se metesse” ele mataria as duas”, afirmou o delegado. Mesmo assim, as vítimas conseguiram denunciar o sujeito na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Formosa.

Logo depois da denúncia, os policiais efetuaram buscas pelo suspeito e o prenderam ainda em flagrante por lesão corporal no âmbito doméstico.

O Mais Goiás não localizou a defesa do homem.

Este não é um caso isolado

Dados do Observatório da Secretaria de Segurança Pública coletados em 2021 comprovam que a violência contra a mulher é comum. De janeiro a setembro deste ano o estado de Goiás registrou quase 8 mil episódios de mulheres vítimas de lesão corporal.

Informações do governo federal corroboram essa realidade. Em 2019, 74% das denúncias ao Ligue 180 foram de mulheres agredidas pelos maridos ou ex-companheiros. Sendo que, 55% delas eram mulheres negras.

Os dados referentes ao mês de janeiro de 2022 ainda não foram divulgados pelo órgão de segurança goiana. Segundo a SSP, dados como este só serão divulgados a cada três meses.

Ajude a denunciar esses crimes. O Ligue 180 escuta e acolhe mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.