ATÉ QUANDO?

Homem coloca arma na mão da filha e tira foto para ameaçar a ex em Jandaia

Homem também foi até o trabalho da mulher e efetuou disparos para o céu, a fim de intimidá-la

Homem é suspeito de ameçar ex com foto da filha do casal segurando arma, em Jandaia

Um homem colocou uma arma na mão da filha, de quatro anos, e tirou foto para ameaçar a ex-esposa e mãe da criança. A mulher diz que já tem medidas protetivas contra o ex-companheiro, pois as ameaças são constantes. Segundo ela, o homem também já foi até o trabalho dela e efetuou disparos para o céu, a fim de intimidá-la. A ameaça aconteceu em Jandaia, região central de Goiás. A Polícia Civil apura o caso.

Além da criança de 4 anos, que aparece na imagem a segurar a arma, o casal tem outra filha de um ano. Segundo a mulher, as ameaças e episódios de violência psicológica ocorriam desde que o casal estava junto.  Antes de se separarem, o homem, que é conselheiro tutelar, mandou para a esposa uma foto da filha mais velha com uma arma na mão para convencê-la a não levar a separação adiante. O efeito foi contrário: a mulher decidiu acelerar o divórcio.

“A única coisa que eu queria era paz para mim e para minhas filhas, porque nós não estamos tendo”, pediu.

Medida protetiva

Logo depois da separação, a diarista explica que conseguiu uma medida protetiva contra o ex-marido. A justiça concedeu a medida de proteção à mulher com base “na série de ameaças, agressões físicas e verbais”.

Há um registro de troca de mensagens entre a mulher e o ex em que o homem a ameaça de morte. Na ocasião, ele escreveu: “Não tenta dificultar o meu acesso com minhas filhas não, porque assim já não damos certo mais. E se você sonhar em atrasar o meu lado com minha filha eu vou ter que mata você. Tô avisando (sic)”.

No documento assinado pelo juiz Aluízio Martins Pereira de Souza, o conselheiro ficou proibido de se aproximar da ex e dos familiares dela. Ele não pode ir à casa ou local de trabalho dela, manter contato e devia ficar 60 dias sem visitar as filhas, entre outras restrições.

Nova ameaça

Apesar da medida protetiva, o homem voltou a perseguir a ex-esposa, na última sexta-feira (12). A diarista conta que ele foi até o trabalho dela, na tentativa de reatar o relacionamento. “Ele chegou e sentou ao meu lado, começou a falar que queria voltar, que aqueria criar as meninas juntas. Eu falei que não queria e ele saiu. Não passou nem dez minutos e ele chegou lá atirando”, disse a diarista.

Após ouvir os tiros, a mulher conta que se trancou no banheiro e chamou a Polícia Militar para ser levada para casa, com medo. Ela registrou o caso na Polícia Civil, que deve constatar se houve ameaça e violência.

Homem nega

Ao G1 o conselheiro negou os crimes. Ele alega que a foto foi feita com uma arma de brinquedo, que pertence ao filho de um amigo dele que estava visitando-o à época. “Eu acho que se fosse inadequado não tinha venda”, ele avaliou.

O homem nega que tenha sido ele a pessoa a realizar os disparos, que foram registrados por câmeras de monitoramento. O Mais Goiás não conseguiu localizar a defesa dele.

Investigação

O delegado Luiz Gonzaga, que está responsável pela região, disse que a Polícia Civil está investigando o caso.

Além disso, o procurador do município de Jandaia, Paulo César Bernardo, informou que foi aberta um processo administrativo que apura o episódio da foto.  O que segundo o procurador, “por si só, é de extrema gravidade”.

Há um pedido para que a Justiça determine a prisão do conselheiro feito pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) no último dia 10 de novembro, com base nos relatos da vítima. Porém, ainda não há decisão sobre o caso.

Este não é um caso isolado

Esse não é um caso isolado de violência contra a mulher. De janeiro à setembro deste ano quase 8 mil mulheres foram vítimas de lesão corporal em Goiás. Além disso, 12.205 sofreram ameça, outras 35 morreram por feminicídio. Os dados são do observatório da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP).

Dados do Governo Federal de 2019 revelaram também que 74% dos casos de denuncia ao Ligue 180 registraram casos de mulheres agredidas pelos maridos ou ex-companheiros. Outro ponto de alerta, é que 55% das denúncias eram de mulheres negras.

Denuncie

O Ligue 180 presta uma escuta e acolhida às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.

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*Com informações do G1