Homem denuncia abordagem truculenta em Exposição Agropecuária de Ipameri – empresa nega
O agropecuarista Guilherme Ferreira Peixoto, de 29 anos, denuncia ter sido vítima de uma abordagem…
O agropecuarista Guilherme Ferreira Peixoto, de 29 anos, denuncia ter sido vítima de uma abordagem truculenta, na ExpoIpameri, ocorrida na noite do último sábado (2), no Sudeste de Goiás. Segundo o homem, ele foi agredido por oito agentes que faziam a segurança do evento, após urinar no local indevido. O caso foi formalmente registrado na delegacia e a Polícia Civil investiga o que aconteceu. A empresa apresenta outra versão dos fatos.
Guilherme relata que curtia a “pecuária” com amigos e a família. No início do segundo show da noite, ele foi sozinho até um local conhecido como ‘brete’, com o intuito urinar, porque “não haviam pessoas por perto”. Entretanto, ao ver o homem lá dentro, seguranças do evento não disseram nada. Apenas entraram no local e começaram a agredir Guilherme com cassetetes.
“Ao meu ver são pessoas extremamente despreparadas. Ao invés de chamar minha atenção ou orientar que não era permitido urinar naquele local, oito seguranças foram imediatamente partindo para a agressão física, de forma covarde e desumana sendo que eu era apenas um”, argumenta o agropecuarista.
O homem afirma ter sido agredido em várias partes do corpo, como rosto, pernas, costas e braços. Em razão disso, chegou a cair no chão, mas as agressões não cessaram. “Com as pancadas cai no chão, mas continuaram com chutes e golpes de cassetete, spray de pimenta e aparelho de choque”, diz Guilherme.
As agressões contra Guilherme só tiveram fim porque ele saiu correndo em direção à multidão e recebeu a ajuda de amigos. No boletim de ocorrência que ele registrou, detalha: “consegui sair correndo e embrenhei na multidão, mas os seguranças seguiram e continuaram as agressões no meio do povo, mesmo comigo no chão. Amigos meus, junto com outras testemunhas, me carregaram para longe dos seguranças”.
Guilherme se diz revoltado com a situação. Ele afirma que jamais imaginou que uma “festa tão renomada e tradicional na região” traria para ele e para sua família “uma situação tão vergonhosa”.
Abordagem truculenta não é a única revolta
Momentos depois de ter sofrido com as agressões, o agropecuarista procurou por pela organização do evento e exigiu a presença do chefe da empresa terceirazada, que faz a segurança da festa. O homem, identificado como Evaldo Rodrigues Araújo, foi chamado, mas teria se gabado para Guilherme, dizendo que era policial e que não lhe daria nenhuma informação.
“Ele [ Evaldo ] se gabou que é policial e ainda perguntou “ocê é filho de quem?”, como se fizesse diferença. Ele também insinuou que os seguranças apenas reagiram alguma atitude gerada por mim, o que não é verdade”, detalhou a vítima.
Ainda segundo Guilherme, Evaldo teria dito que sua equipe era treinada para este tipo de situação e que o acontecido era de responsabilidade da empresa, que tinha advogados para resolver isso.
Investigação
O Mais Goiás procurou a Polícia Civil para saber se o caso está sendo investigado. Em resposta, o delegado Diogo Andrade Ferreira, disse que o fato foi registrado durante o final de semana, mas que vai analisar e encaminhar o procedimento adequado.
Ele não respondeu se alguma pessoa já foi intimada a prestar depoimento.
E as empresas do evento?
O portal entrou em contato com o Sindicato Rural de Ipameri, que é responsável pela organização do evento, a fim de saber outras versões do ocorrido e entender qual é o posicionamento deles com relação aos fatos. Entretanto, não obteve resposta até o momento da publicação desta reportagem.
A reportagem também tentou contato com o Grupo Prestar Segurança, que foi contratado para fazer a segurança da festa. Contudo, a companhia contratou o serviço de outra empresa, chamada Águia Dourada Segurança, que de fato esteve no local no último sábado (2).
Outra versão
O agente Evaldo, responsável pelo serviço no dia dos fatos, explicou ao Mais Goiás outra versão do ocorrido. Ele afirma que, antes de Guilherme, outras pessoas já haviam urinado no mesmo local indevido que ele. A situação estava incomodando o público do evento, que reclamou.
Evaldo diz que assim que notaram a presença de Guilherme, três policiais chamaram a atenção do homem. Porém, por estar embriagado, o agropecuarista teria reagido a abordagem e dado um soco em um dos agentes. Com isso, deu-se início a uma luta corporal. Inclusive, por conta disso, mais agentes chegaram para tentar conter a situação.
“Os três policiais chegaram para falar pra ele que ali não era lugar de fazer xixi, né? Estava cheio de banheiro químico no parque de exposição! Esse cidadão reagiu com um soco na cara do segurança. Ele diz ter sido agredido, mas foi ele quem agrediu o policial. O segurança tá lá para trabalhar”, afirma Evaldo.
O segurança agredido por Guilherme também fez exame de corpo delito e está à disposição da polícia para colaborar com as investigações. O agropecuarista nega essa versão.