QUALIDADE

Esfaqueado por açougueiro em Aparecida diz que pediu carne de primeira, mas recebeu gordura

João Batista revela que funcionários e o dono do supermercado não chamaram o socorro e o levaram para o hospital em um carro de entregas

O homem de 43 anos esfaqueado em um supermercado do Setor Nova Olinda, em Aparecida de Goiânia, disse que discutiu com o suspeito após pedir carne de primeira e receber gordura. João Batista Ribeiro recebeu alta médica e segue em recuperação em casa. O açougueiro de 24 anos responde pelo crime em liberdade.

João trabalhou por 30 anos como açougueiro e tem conhecimento sobre cortes e tipos de carne. Segundo ele, o produto seria usado para preparar um churrasco em comemoração ao aniversário do filho. Após perceber que o corte entregue não correspondia ao que havia solicitado, ele decidiu retornar ao açougue para trocar. 

Durante a conversa, o homem explicou que entendia do assunto, mas o açougueiro se recusou a realizar a troca e os dois começaram a discutir. Conforme as imagens das câmeras de segurança do estabelecimento, João retirou a carne da sacola e a jogou em direção ao açougueiro. Em seguida, enquanto ia para a saída do setor de açougue, foi perseguido pelo suspeito, que o atacou pelas costas com uma faca usada para tirar bife.

Segundo a vítima, ao invés de chamar os serviços de emergência, o dono e funcionários do supermercado o levaram em uma picape de entregas até o Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia (HEAPA). Ele relatou que a forma como foi transportado agravou sua condição.

No hospital, João passou por cirurgia e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Embora tenha apresentado melhora e saído da UTI, ele sofreu uma parada cardíaca e precisou retornar ao tratamento intensivo. Agora segue o tratamento junto à filha e à esposa, que está grávida de dois meses.

O açougueiro, que não tinha passagens pela polícia, foi preso em flagrante após fugir do local do crime. Ele foi localizado pela Polícia Militar escondido em uma casa no Jardim Nova Era e confessou em depoimento. Para os agentes, ele alegou ter se irritado após João jogar a carne em seu rosto.

O caso foi inicialmente registrado como lesão corporal. Após uma análise, a polícia o reclassificou como tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil.

Após passar por audiência de custódia no dia seguinte à prisão, o suspeito pagou fiança de um salário mínimo e foi liberado. Atualmente, ele já está trabalhando em um açougue de outro supermercado próximo ao local onde ocorreu o crime.

As investigações continuam e João ainda será ouvido pelo delegado responsável pelo caso.