Homem ignora medida protetiva, ameaça ex-namorada e bate no pai dela em Goiânia

Um jovem, de 22 anos, está preso por ignorar uma medida protetiva, ameaçar a ex-namorada e bater no pai dela. Essa sequência de delitos aconteceu em Goiânia. Segundo a Polícia Militar (PM), a mulher recebe ameaças de morte desde que se separou do sujeito.

De acordo com o relato do Batalhão Maria da Penha, a vítima cortou relações com  o rapaz há mais ou menos um mês e, desde então, ela e a família são perseguidas por ele. Justamente por isso, no inicío de dezembro a vítima conseguiu o direito à medida protetiva de urgência, que determina que o suspeito fique longe da mulher. Porém, ele não respeitou a determinação judicial.

A vítima afirma que, entre as ameaças mais recorrentes, estão as de morte. Mas o jovem também ameaça tirar-lhe a guarda do bebê de seis meses, que o casal teve junto.

Suspeito descumpre medida protetiva

Nesta segunda-feira (27), a vítima afirma que se refugiou na casa dos pais para tentar se libertar das perseguições do ex, mas o suspeito descobriu e foi até lá. Na ocasião, ela afirma que o suspeito estava sob efeito de drogas, arrombou o portão da casa dos pais dela e a ameaçou. Quando o pai da mulher tentou expulsar o homem da residência, ele o agrediu.

Em mensagens para a polícia, a mulher implora por ajuda: “Me ajuda, estou com muito medo. Sai de casa a noite, ele estava drogado, fugi com meu bebê lá para a casa do meu pai. Mas ele foi lá e ficou acelerando a moto, arrombou o portão falando que ia levar meu filho. Quando meu pai tentou colocar ele pra fora, ele jogou o portão em cima dele. Agora meu pai está todo machucado, ele é idoso”, conta a vítima.

Além das ameaças e agressões, o sujeito também destruiu o relógio medidor de energia da casa da família da mulher.

O relacionamento

Segundo a polícia, o casal ficou junto por 4 anos e teve um filho, que atualmente tem apenas seis meses. Ao longo do namoro, o jovem passou a desenvolver comportamentos cada vez mais agressivos, principalmente depois de fazer uso de cocaína. Aos policiais, a vítima relata que sofreu diversos tipos de violência doméstica durante o relacionamento, como abusos psicológicos, físicos e patrimoniais.

A mulher afirma que sempre teve muito medo de denunciar os crimes e tentar se libertar da relação abusiva, visto que o rapaz é agressivo e podia cumprir com as promessas de matá-la. Além disso, nos momentos de calmaria, após as brigas, o sujeito voltava a ser pacífico e prometia mudar.

Depois do término da relação, a mulher precisou abandonar o próprio emprego para tentar se livrar das perseguições do sujeito. Ela também conta que passou a se esconder na casa de amigos, no interior do Estado e, com isso, o homem ameaça todas as pessoas que a ajudam.

Prisão

Diante das denúncias, a PM passou a fazer buscas pelo rapaz em regiões onde ele havia sido visto, como no Setor Goiânia Viva e Parque Industrial João Braz. Porém, os militares o encontraram no Setor Vista Bela. Apesar da pouca idade (22), os policiais afirmam que o rapaz possui outros registros de passagens pela polícia.

Segundo os militares, a notícia da prisão do rapaz foi um alívio para a ex-mulher, para os amigos e familiares da vítima, que também estavam sendo atingidos pelas ações violentas do ex-companheiro.

Não é incomum

Dados do Observatório da Secretaria de Segurança Pública coletados em 2021 comprovam que a violência contra a mulher é comum. De janeiro a setembro deste ano o estado de Goiás registrou quase 8 mil episódios de mulheres vítimas de lesão corporal.

Informações do governo federal corroboram essa realidade. Em 2019, 74% das denúncias ao Ligue 180 foram de mulheres agredidas pelos maridos ou ex-companheiros. Sendo que, 55% delas eram mulheres negras.

Ajude a denunciar esses crimes. O Ligue 180 escuta e acolhe mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.

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*Larissa Feitosa compõe programa de estágio do Mais Goiás sob supervisão de Hugo Oliveira.