Homem que estava bêbado e matou namorada em acidente de trânsito vai a júri popular
Em denúncia, Ministério Público confirma embriaguez, excesso de velocidade, e pede pena pelo dolo eventual, quando se assume o risco de matar; data do júri ainda não está prevista
Thiago Cesar de Oliveira Guimarães deve ir ainda neste ano a júri popular pela morte da namorada, a estudante de enfermagem Andressa Raphaeli Ferreira Braz, de 24 anos. O acusado de dirigir embriagado e provocar a morte da jovem, que estava no banco de passageiro não chegou a ser preso. O acidente foi em 2014, no cruzamento da Rua 101 e Avenida 85, no Setor Sul.
A acusação apelou para que o caso fosse tratado pelo Judiciário como um crime doloso contra a vida, e não como uma morte por acidente de trânsito. A justificativa estava na pena aplicada. No caso de ser considerado um homicídio por dolo eventual, a pena pode ultrapassar os cindo anos, diferente de uma morte considerada crime de trânsito.
O Ministério Público Estadual considera que Thiago assumiu o risco de matar. “Ele poderia levar à morte qualquer pessoa que estivesse no local e na hora do fato”, descreve o promotor na peça acusatória. O Juiz Jesseir Coelho de Alcântara, que preside o processo, contou que em casos iguais, os jurados têm considerado culpado e a pena tem ultrapassado os sete anos de cadeia; o magistrado preferiu não dar detalhes específicos do processo. Ao retornar do recesso judiciário, vai observar com atenção se já poderá ser agendada uma data para o júri.
A moça havia se mudado com mãe, pai e irmão para Goiânia havia três anos, e o pai trabalhava na mesma empresa que o genro. Com a morte de Andressa, a família, que morava na mesma região onde aconteceu o acidente, não suportou morar mais em Goiânia, e vive no Piauí.
Por telefone a mãe da moça disse como tem passado esses anos. “São recaídas. Hora estou bem, e têm momentos que tudo vem à tona”, disse Andréia Braz. Ela vive com o esposo e o filho ansiosos pela data de agendamento do júri que vai definir a culpa e pena de Thiago César. “Quero olhar nos olhos dele, saber se sente algo pelo que fez. Minha intenção maior é que não destrua outras famílias.”