caso jehan

Homem que matou estudante em briga por chopp vai a júri dez anos depois, em Anápolis

Estudante Jehan Paiva morreu com um golpe de canivete no coração durante uma festa universitária, no dia 7 de junho de 2013

Jehan Paiva, estudante morto em 2013, em Anápolis (Foto: Arquivo Pessoal)

Depois de 10 anos de espera, parentes e amigos do estudante de Odontologia Jehan Paulo José de Paiva se reúnem para assistir ao julgamento do homem que matou o rapaz, de 21 anos, em uma festa universitária que acontecia em Anápolis. Quem vai se sentar no banco dos réus é o médico veterinário Paulo Victor Sousa Gomes, que aguarda a sentença em liberdade. O júri está marcado para começar nesta terça-feira (7), às 8h30, e será conduzido pela juíza Natália Bueno Arantes da Costa.

Jehan foi morto por absolutamente nada: ele era o organizador de uma festa organizada pela turma do 8º período de Odontologia da Unievangélica em uma chácara situada na BR-414, a poucos quilômetros da Base Aérea. Conforme relata o Ministério Público na peça de acusação, em um certo momento o chopp acabou e, quando voltou a ser servido, por volta das 16h, formou-se uma fila em frente ao local em que a bebida estava. Um garoto chamado Pedro tentou pegar chopp pela lateral do balcão, enfiando o copo na frente do denunciado. Foi quando a confusão começou.

Médico veterinário Paulo Victor Sousa Gomes, réu que será julgado pela morte de Jehan Paiva (Foto: Reprodução)

Paulo Victor, segundo a denúncia, segurou Pedro pelo colarinho e disse: ‘tá furando fila, rapaz’. Jehan se aproximou do local e pediu para se acalmarem. Paulo teria retrucado, nervoso: “Ah, não briga não?”, fazendo movimento como se fosse dar um murro na vítima. Os dois começaram a brigar. Socos, murros e empurrões. Pessoas que estavam na festa os separaram. Pouco depois, a briga recomeçou. Paulo Victor pegou um canivete e acertou o tórax da vítima. O golpe atingiu-lhe o coração pela lateral.

De acordo com uma das oito testemunhas ouvidas ao longo da instrução do processo, Paulo Victor correu para o estacionamento e tentou entrar no carro, mas foi impedido por participantes da festa. Ele correu, então, em outra direção, para a BR, e entrou na carroceria de um carro menor, que o levou embora. Jehan foi levado para o Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), mas não resistiu. Morreu em decorrência de um choque hipovolêmico, causado por traumatismo torácico, no mesmo dia 7 de junho, por volta das 18h30.

Ao ser interrogado, o réu alegou legítima defesa.

Jehan ao lado dos pais, José e Helena Paiva (Foto: arquivo da família)