Homem que matou ex-sogro responde a processos por ameaça e violência contra mulher

O jovem Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, de 26 anos, está sendo procurado por ser o principal suspeito de matar o ex-sogro a tiros, na segunda-feira (27), em Goiânia. Porém, além disso, ele responde a três processos de ameaças e crimes contra a mulher no sistema judiciário goiano.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Goiás, Felipe Gabriel é réu em um processo por ameaça, que foi registrado na comarca de Aruanã, em novembro de 2020. Na ocasião ele portava um simulacro de arma de fogo.

Já em janeiro de 2021, uma mulher com quem ele se relacionava conseguiu medidas protetivas contra ele, baseadas na Lei Maria da Penha. Informações da Polícia Militar (PM) apontam que esse pedido aconteceu porque, no mês anterior, Felipe Gabriel teria agredido a mulher após uma festa, por uma crise de ciúmes.

Também há registro em Goiânia de que o jovem responde judicialmente por crimes contra a fé pública, supressão de documentos, crimes contra a liberdade pessoal, ameaça e violência doméstica contra a mulher, crimes datados em março de 2021.

Já integrou Simve e SMM

Mesmo assim, o homem já foi soldado do Serviço de Interesse Militar Voluntario (Simve) e, recentemente, havia sido nomeado gerente de sinalização da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) de Goiânia.

Após o ocorrido, em nota, a SMM informou que ele será exonerado do cargo.

Homem que matou ex-sogro tem longo histórico com a PM

Consta no sistema da Polícia Militar (PM) um longo histórico de delitos que tiveram boletim de ocorrência registrados contra o suspeito. Crimes ocorreram entre 2017 e 2022.

Entre as ocorrências estão casos de disparo de arma de fogo em via pública, agressão contra ex-namorada e até mesmo uma adulteração de veiculo automotor. Confira abaixo a lista.

2017

• Envolvimento em um acidente de trânsito, no mês de abril

 2018

• Adulteração de sinal identificador de veículo automotor, no mês de junho;

 2019

• Efetuou disparos de arma de fogo em via pública, no mês de novembro;

2020

• Detido portanto simulacro de arma de fogo, no mês de novembro;
• Lesão corporal dolosa contra mulher, no mês de dezembro;

2021

• Quatro registros do Batalhão Maria da Penha, em que acompanhavam o cumprimento das medidas protetivas, nos meses de janeiro, março, abril e julho;
• Envolvimento em um acidente de trânsito, no mês de agosto;
• Envolvimento em um acidente de trânsito, em que o carro que o suspeito dirigia pertencia à Secretaria Municipal de Mobilidade, no mês de novembro;

2022

• Envolvimento em um acidente de trânsito, em que o carro que o suspeito dirigia pertencia à Secretaria Municipal de Mobilidade, no mês de fevereiro;

Entenda crime contra ex-sogro

No final de semana passado, João do Rosário, de 62 anos, denunciou o genro à polícia por ameaçar sua filha. Essa denúncia teria causado a ira do suspeito e motivado o crime, ocorrido no Setor Bueno, nesta segunda-feira (27).

Câmeras de segurança da farmácia onde o crime aconteceu registraram o momento em que o suspeito entra no estabelecimento e realiza os disparos contra o idoso.

João do Rosário foi atingido na cabeça e no peito, chegou a ser internado no Hospital de Urgências de Goiânia, mas não resistiu e morreu por volta das 13h03, conforme a unidade de saúde.

Ao Mais Goiás, a filha do idoso, Kennia Yanka, contou que viveu um namoro de 1 ano com Felipe Gabriel. O ex-namorado a xingava, ameaçava e agredia. “No início se mostrou uma pessoa maravilhosa, mas depois foi se mostrando um monstro, abusivo. Ele me batia, colocava arma na minha cabeça e ameaçava, que se eu largasse ele iria matar toda minha família”, contou.

Foragido

Em nota, a Polícia Civil lamentou a morte de João Rosário, especialmente porque, ele era um agente civil aposentado. Com relação às investigações, a corporação informou que “a Delegacia de Investigação de Homicídios trabalha trabalha na elucidação do crime. Já há inquérito instaurado, os policiais civis estão em campo, a autoria foi identificada e as buscas estão sendo efetuadas para localizar o autor do fato”.

O padrasto de Felipe Gabriel é suspeito de acobertá-lo em sua fuga. Ele acabou detido pela Polícia Civil na segunda-feira (27) por posse ilegal de arma de fogo.

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