Homem que não se “lembrava de como as nuves são bonitas” morre, em Goiânia
Cássio tinha doença grave na coluna e passou por duas cirurgias, no CRER; ele morreu durante a terceira intervenção cirúrgica
“Meu Deus, não me lembrava de como as nuvens são bonitas. Que saudade eu estava de ver o sol. Obrigada meu Deus, estou vivo”. Essas palavras ditas por Cássio Ribeiro Alves, ao ver o céu depois de sete anos, ficarão eternizadas. Ele faleceu no último dia 7, depois de 13 anos lutando contra a Espondilite anquilosante, que o deixava curvado e o impossibilitava de se levantar ou se locomover. No mês passado, Mais Goiás divulgou a realização do sonho dele quando conseguiu olhar para o céu.
O homem de 47 anos morreu após passar por uma cirurgia que pretendia remover tecidos. Cássio não resistiu e acabou sofrendo uma parada cardiorrespiratória. Os médicos tentaram reanimá-lo, mas não conseguiram.
Ele passava por tratamento no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr Henrique Santillo (CRER). Lá, foi operado duas vezes. A equipe médica, então, realizou o sonho de Cássio: ele foi levado para o lado de fora da unidade, em cima da maca, para que, mesmo deitado, conseguisse olhar o céu. Entre as limitações que a doença trazia a ele era não conseguir assistir televisão e não ver o rosto das filhas.
“Não tenho palavras para descrever o que estou sentindo. Ver o brilho no olhar do meu pai, ver ele tão feliz por ter visto o céu é muito gratificante. Ter meu pai bem e conseguindo olhar nos meus olhos não tem preço”, contou a filha dele, Francielly Pereira Alves, quando viu a felicidade do pai.
À época, o especialista em Cirurgia da Coluna e Deformidades Vertebrais do CRER, Murilo Tavares Daher, afirmou que o caso dele era muito complexo e que não havia registros na literatura médica. Cássio era pintor e deixa duas filhas.