Hospitais da rede estadual vão realizar atendimentos no período noturno e aos sábados, em Goiânia
Decisão foi divulgada pelo governador José Eliton (PSDB) e visa acabar com as filas de esperas para exames, consultas e cirurgias eletivas. Eliton reforça que um Projeto de Lei foi encaminhado à Alego para que regulação sobre as vagas fiquem a cargo do Estado e não do município
Os hospitais da rede estadual passarão a realizar atendimentos no período noturno, das 18h às 23 horas, de segunda a sexta, e aos sábados em horário especial. O anúncio foi dado na manhã desta segunda-feira (23) pelo governador José Eliton (PSDB). Em primeiro momento, as duas unidades a funcionarem no chamado terceiro turno serão o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER) e Hospital Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi (HGG).
Segundo o secretário da Saúde, Leonardo Vilela, a medida visa acabar, em oito meses, com a fila de espera nas realizações de consultas, cirurgias eletivas e exames diagnósticos. A quantidade de pessoas à espera de atendimento é incerta, segundo o Leonardo, pelo fato dos números mudarem constantemente. “Não tem como dar números precisos, pois a toda hora tem pacientes se consultando e a quantidade de pessoas em espera varia com esse processo”, destaca.
Ainda, conforme expõe o secretário, a dinâmica para a convocação do atendimento se dará pelo tempo do paciente na fila. “A antiguidade na espera fará com que seja justa a forma para que o paciente seja chamado para a realização do seu procedimento”, conta.
Até o dia 31 de dezembro, serão realizados 142 mil atendimentos, sendo eles 7 mil cirurgias eletivas, 42 mil consultas em diversas especialidades e 93 mil exames de alto custo como tomografia, endoscopia e ressonância, entre outros. “O cidadão tem que ser tratado com respeito e essa é uma forma de se garantir isso no âmbito da Saúde”, ressalta.
Regulação
O governador José Eliton destacou que, até o próximo dia 30, somente o HGG e o Crer funcionarão desta forma. Após essa data, todos os outros hospitais da rede estadual em Goiânia atenderão no terceiro turno. “Realizaremos essa experiência na Capital. Após 30 dias, a Secretaria [de saúde] fará uma fiscalização, que deverá dar sinal verde para que o programa seja expandido para hospitais de outros municípios do Estado”, lembra.
Além de assinar a ordem de serviço sobre a implantação do terceiro turno, Eliton lembrou que será encaminhado, nesta semana, à Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), um Projeto de Lei que repasse o sistema de regularização de vagas para o governo estadual. Hoje, essa função é da prefeitura de Goiânia.
“O cidadão quando precisa do serviço não quer saber de quem é a responsabilidade. Ele quer é o seu problema resolvido e ser atendido. Não estou aqui para culpar ninguém e sim pegar essa responsabilidade. Nesse perspectiva é que chegamos na decisão de atendimento em terceiro turno”, conta.
Contratação
Os investimentos para o andamento dessa decisão giram em torno de R$ 100 milhões. Destes, R$ 36 milhões irão para as realizações dos exames. Além disso, conforme aponta Leonardo Vilela, a contratação de novos profissionais se dará por CLT, de modo que as convocações ficarão sob responsabilidade da Organização Social que gere cada hospital.
*João Paulo Alexandre é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo.