Hospitais de Goiânia presenteiam mães com ‘carimbo de placenta’
Para fazer o carimbo, as enfermeiras fazem a higienização da placenta, retiram todo o excesso de sangue proveniente do parto. Depois, passam tintas coloridas
Hospitais de Goiânia criaram uma nova ação de humanização do parto. As mães que dão à luz recebem das enfermeiras uma aquarela com um ‘carimbo’ da placenta que nutriu e levou oxigênio ao bebê na gestação. A lembrança é confeccionada em folha de papel, com tinta guache. Nela, são registrados os dados da mãe, da criança, data, horário do nascimento e palavras afetuosas. Desde março já foram feitas e entregues mais de 50 carimbos.
A iniciativa é das residentes do Programa de Enfermagem Obstétrica do Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI). As mães que dão à luz no Hospital Estadual e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (HEMNSL) também são presenteadas. O carimbo da placenta está inserido no Projeto Árvore da Vida.
Para fazer o carimbo, as enfermeiras fazem a higienização da placenta, retiram todo o excesso de sangue proveniente do parto. Depois, passam sobre o órgão tintas coloridas, de acordo com a opção da paciente. Em alguns casos, a pintura é feita com o próprio sangue e a aquarela fica vermelha.
Luzia Helena Porfírio Berigo é uma das coordenadoras do projeto. Ela explica que o intuito é promover mudança do modelo assistencial em obstetrícia nas unidades estaduais. O desenho simboliza a Árvore da Vida. Nela, o cordão umbilical representa o caule, os vasos sanguíneos remetem aos galhos e o tecido placentário são as folhas. Para ela, essa arte constitui uma forma de eternizar o vínculo entre mãe e filho, que teve início na gestação.
Uma das mães que recebeu o carimbo de placenta foi a costureira Maurilene Pereira de Jesus Melo, de 34 anos, que deu à luz à terceira filha, Ana Beatriz, no HEMNSL. “Não tenho palavras para expressar a emoção e alegria que senti ao receber o carimbo da placenta, lembrança da gravidez da minha princezinha. Para mim, foi algo novo, extremamente gratificante”, conta.
Criação
Para desenvolver o projeto, a também coordenadora Juliana Montalvão fez um curso de aprimoramento. A preceptora Meiry Helena participou do curso para enfermeiros obstétricos do Projeto Apiceon, do Ministério da Saúde. Posteriormente, elas repassaram as residentes a técnica para a produção dos carimbos.
Juliana explica que a lembrança é para as mulheres que tiveram partos de baixo risco, nos quais as enfermeiras com formação em obstetrícia são habilitadas a atuar. “Além de divulgar o desenvolvimento do projeto, a exposição dos carimbos de cores variadas confere um tom de aconchego ao hospital”, sublinha Luzia Helena.
*Com informações do Governo de Goiás