COLAPSO

Hospital privado de Goiânia lota e para de receber pacientes com covid

Hospital Santa Helena, localizado no setor Sul, fez o anúncio na última segunda-feira (8)

Foto: Google Maps

O Hospital Santa Helena, unidade particular localizada no setor Sul, em Goiânia, suspendeu, desde a última segunda-feira (8), o recebimento de novos pacientes com síndromes gripais. O hospital, que afirma já ter ficado com 12 pacientes esperando uma vaga de unidade de terapia intensiva (UTI) no pronto-socorro, informa não ter estrutura suficiente para atender mais pacientes com covid-19, uma vez que a unidade já atingiu a capacidade máxima nos leitos.

Ao Mais Goiás, o hospital declarou que já vinha operando com a capacidade máxima de leitos de UTI e enfermaria há cerca de 10 dias mas que, agora, não consegue mais receber pacientes devido à alta demanda, sob risco de escassez de itens básicos para o tratamento.

“A capacidade instalada do hospital já tinha acabado. A gente não tinha leito de UTI, nenhum apartamento, não tinha mais sala vermelha para deixar paciente. Enquanto estão conosco, nós tratamos. Só que chega uma hora que a gente não tem pessoal suficiente, começa a não ter respirador e nem monitor”, disse o Hospital Santa Helena.

A unidade da rede particular afirma que chegou ao ponto de ficar com 12 pacientes no pronto-socorro, aguardando uma vaga de UTI. “Quando chega nesse nível, que atinge muito mais que a capacidade instalada do hospital, é muito arriscado receber mais. Se você receber mais, como vai cuidar dos outros?”, questiona.

No entanto, o hospital destacou que já analisa a possibilidade de reabrir o atendimento a novos pacientes com covid-19, fato que deve ocorrer “quando houver a certeza de que há espaço suficiente”.

Rede em colapso

Em entrevista concedida ao Mais Goiás nesta terça-feira (9), o médico e presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, manifestou preocupação quanto ao atual cenário da saúde do estado no enfrentamento à covid-19 e afirmou que a rede de leitos da associação já se encontra colapsada. Segundo Helou, as unidades da rede já estão há cerca de 10 dias com 100% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) ocupados.

“Eu tenho mais pacientes do que eu dou conta de cuidar. Mas se isso vai continuar, acredito que sim, porque nós estamos lidando com o que aconteceu duas, três semanas atrás. No COE temos vários cientistas e ele preveem que isso vai se estender por mais algumas semanas e que o pior ainda não chegou”, conclui o presidente.